Lula chega a Curitiba, e STJ nega pedidos para barrar depoimento

Publicado em 10/05/2017, às 12h12

Por Redação

Nesta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve comparecer à sede da Justiça Federal, em Curitiba, para depor ao juiz Sergio Moro. Lula é acusado pelo Ministério Público Federal de ter se beneficiado com propinas da construtora OAS desviadas de três contratos da empreiteira com a Petrobras.

O dinheiro, cerca de cinco milhões de reais, teria sido destinado à aquisição e reforma de um apartamento tríplex no Guarujá, praia do litoral de São Paulo, e aos custos de armazenamento do acervo presidencial do petista.

(Reprodução / Facebook / Partido dos Trabalhadores)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou adiar o depoimento previsto para hoje. Ontem, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) recusou o pedido para que a defesa do petista tenha novo prazo para analisar um conjunto de documentos recebidos da Petrobras. Agora, ele recorre ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deve decidir ainda nesta manhã se o petista falará ou não ao juiz Sergio Moro.

Cerca de 200 policiais do batalhão Rotam da Polícia Militar, equipados com escudos e cassetetes chegaram à Praça Alexandre Brotto, em frente à sede da Justiça Federal em Curitiba. Outros 150 policiais estão diante do prédio, que receberá o ex-presidente Lula para o seu primeiro depoimento ao juiz Sergio Moro.

O ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acaba de negar dois dos três pedidos de habeas corpus impetrados pela defesa do ex-presidente Lula. Se aceitos, os pedidos poderiam representar o adiamento do depoimento do petista ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira. Em um, os defensores solicitavam mais tempo para analisar novos documentos recebidos no fim de semana. No segundo, reiteravam o interesse em fazer uma gravação independente da fala do ex-presidente.

A Polícia Militar do Paraná montou pelo menos dois bloqueios em todas as ruas que dão acesso ao prédio da Justiça Federal do Paraná, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falará ao juiz federal Sérgio Moro, a partir das 14h. Só passam pelos bloqueios moradores e aqueles que trabalham na região, desde que cadastrados junto à PM.

A Secretaria de Segurança Publica do Paraná não informou o contingente de policiais empregados nos bloqueios. Um caminhão de monitoramento da PM e um carro blindado do Batalhão de Choque estão estacionados nos arredores do prédio que receberá Lula hoje.

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram, em caravanas, para Curitiba, com o objetivo de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu depoimento à Justiça Federal. A expectativa era a de reunir cerca de 50 mil pessoas a favor do petista na cidade. O MST montou seu acampamento ao lado da Rodoferroviária, após um acordo com a Prefeitura de Curitiba.

Outro processo relativo à Lula que teve andamentos nesta semana é a ação penal em que ele é acusado de obstruir a Justiça, tendo participado de uma articulação para tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Na tarde desta terça-feira, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu suspender as atividades do Instituto Lula, que, segundo a decisão, pode ter sido “instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpetração de vários ilícitos criminais”.

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