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Lideranças garantem que a corda “vai esticar, mas não romperá” nas relações entre a Câmara dos Deputados e o Executivo

Em 20 de Abril de 2024 às 13:49

O relacionamento tenso nos últimos dias entre a Câmara dos Deputados e o governo Lula continua a ser assunto dominante nas rodas políticas de Brasília.

Até mesmo algumas lideranças do Partido dos Trabalhadores admitem que faltou melhor  articulação do Palácio do Planalto na crise entre os Poderes.

É nessa linha a abordagem do jornalista Lauriberto Pompeu:

“Líderes da Câmara dos Deputados acompanham com preocupação a crise entre o governo e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), mas acreditam que a temperatura deve baixar. Apesar dos embates e do desentendimento público com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a avaliação dos aliados de Lira é que que não há uma ruptura no horizonte.

O entendimento é que o deputado tem se sentido incomodado com ações do Poder Executivo e que, por isso, tem ‘esticado a corda’ para pressionar o Palácio do Planalto. A intenção, porém, não é cortar laços com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo na bancada do PT na Câmara há quem critique os sinais emitidos pelo Planalto desde o início da semana. Há queixas sobre o fato de César Lira, primo do deputado do PP, ter sido demitido da superintendência do Incra em Alagoas sem ter sido definido um substituto. A demissão foi classificada como ‘desastrosa’ por um deputado do partido.

Há críticas de petistas também em relação à portaria do governo que determina um acompanhamento da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) na liberação de emendas. Na avaliação de uma ala do partido, não era necessária a edição de uma portaria para disciplinar o assunto e bastava o governo orientar cada ministério sobre procedimentos na hora de lidar com as emendas. Deputados do partido de Lula, por exemplo, tem falado nos bastidores que ‘trabalham mais que alguns ministros’ e que ‘o governo não se ajuda, só atrapalha’.

As duas decisões do governo aconteceram poucos dias depois de Lira externar insatisfação e chamar o ministro da SRI, Alexandre Padilha, de ‘incompetente e desafeto pessoal’.

Como informou O GLOBO, diante do agravamento da crise, Lula decidiu em almoço no Palácio do Planalto, na sexta-feira, marcar reuniões para a próxima semana com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O martelo foi batido após conversa com ministros do núcleo político e líderes do governo.

A ofensiva para tentar melhorar a relação com os parlamentares deve incluir ainda reuniões do presidente com os vice-líderes do governo na Câmara e no Senado. No grupo, estão deputados e senadores de partidos aliados como MDB, PSD, PSB, União e PP. Assim, os encontros seriam uma forma de ampliar o contato direto de Lula com a base congressista.

Supervisão de emendas

A influência do ministério de Padilha sobre a liberação de emendas já existia em 2023, mas foi derrubada no final do ano passado, quando o Congresso aprovou o orçamento de 2024. Na ocasião, um dispositivo incluído na lei dava margem para os ministérios negociarem as verbas sem o intermédio da Secretaria de Relações Institucionais.

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