José Satiro do Nascimento, 46 anos, é um dos jogadores mais importantes da história do Corinthians. Mas, com esse nome, deu para lembrar dele? Nascido numa aldeia em Alagoas, o ex-lateral-direito ficou conhecido mesmo no futebol como Índio e se tornou uma das maiores referências do time paulista à época. Agora, aposentado, é professor voluntário na aldeia Xucuru Kariri, em Caldas, no Sul de Minas Gerais.
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O Dia dos Povos Indígenas é celebrado nesta quarta-feira (19). Neste dia não tem como não falar do indígena José, o maior craque da história das aldeias brasileiras.
O jogador começou jogando no Bahia, mas alcançou notoriedade no Corinthians. Pelo clube paulista, o ex-lateral conquistou o bicampeonato Brasileiro, o bicampeonato paulista e foi campeão do Mundial de Clubes da Fifa.
“Saí da selva para o mundo, tenho orgulho de ser índio e de ter sido representante do meu povo no futebol”, afirma o campeão do Corinthians.
Os títulos de Índio pelo Corinthians:
Conhecido como o “Anjo das Pernas Tortas”, Índio nasceu em Palmeira dos Índios, Alagoas. Aos 10 anos, ainda criança e com a vida dura na roça, começou a jogar futebol.
- Mudou muita coisa, trabalhei na roça e a bola foi tudo, até hoje o futebol é tudo. Ele me ensinou muita coisa e me deu uma estabilidade muito boa para ajudar minha família - explica José.
Retorno à aldeia
Índio voltou a viver na aldeia Xucuru Kariri após deixar o futebol . Há mais de 20 anos, os familiares de Índioe outros mais de 150 Xucuru Kariri vivem numa área de 40 alqueires próximo à cidade de Caldas , em Minas Gerais.
No local, o ex-lateral tem um projeto social que ensina em torno de 50 crianças de 7 a 16 anos a jogarem futebol. As aulas são em diversos horários. O próximo passo é disputar o campeonato indígena do Brasil em 2023.
- Aqui na aldeia eu treino a crianças e ajudo a tirá-las da rua. Quero transformar a vida delas. Estou fazendo um time aqui que vai estar no campeonato indígena do Brasil, que acontece no mês que vem. Vamos dar o nosso melhor - conta.
Apesar de estar aposentado, Índio pretende estar envolvido com o futebol até o último dia de sua vida.
“Vou jogar futebol até os 100 anos. O futebol para mim é tudo. É esporte. É saudável” afirma o indígena.
Além do Corinthians, nos 1998 a 2000, Índio jogou nos times do Goiás, Santo André, Daegu FC, PAOK, Alianza Lima, Vitória, Francana, Noroeste, Remo, Andorinhas, Grêmio Osasco, Imbituba, Genus, Cambé, Palmeira e Santa Helena.
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