As análises das amostras em galerias pluviais na orla de Maceió – alvo de vistoria da fiscalização do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL), no último domingo, 5, foi concluída, nesta quinta-feira, 9, pelo Laboratório de Estudos Ambientais. Os resultados confirmam a infração de lançamento de efluentes, sem tratamento, sob responsabilidade da Prefeitura de Maceió. No último domingo, 5, após uma breve chuva, o esgoto transbordou em vários pontos da orla de Maceió. Em Ponta Verde, os dejetos invadiram a praia, fazendo com que banhistas tivessem que deixar o mar às presas.
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Os ensaios analíticos consideram como parâmetro a presença de coliforme termotolerantes (fecais), e estes foram encontrados em alta concentração na amostra coletada da galeria pluvial, vizinha ao estabelecimento Lopana, e no mar.
O relatório aponta o resultado de 1.700.000 NPM (Número Mais Provável) de Escherichia coli por 100 mL da amostra de água, quando o máximo permitido é 2.500 por 100 mL, de acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) Nº 357/2011.
O mesmo cenário se repetiu na coleta feita na praia da Jatiúca, em colaboração à Polícia Federal, na galeria em frente ao Habib’s. A amostra tinha 6.800 NPM de E. coli por 100 mL. Desta forma, os relatórios do Laboratório de Estudos Ambientais concluem que as duas galerias pluviais estavam lançando efluente sanitário no mar. Os resultados das amostras colhidas no mar, em frente as galerias, também apresentam números acima do tolerável.
Próximo ao Lopana, foram encontrados 18.000 NPM de Escherichia coli por 100 mL, sendo 2.000 por 100 mL o máximo permitido pela resolução Conama Nº 274/200 para considerar uma praia como própria para banho. Na região da Jatiúca, ainda em frente ao Habib’s, o resultado foi de 7.000 NPM por 100 mL.
O contato humano com estas altas taxas de coliforme termotolerantes (fecais) pode provocar infecção por Escherichia coli. Por isso se recomenda evitar praias consideras impróprias para banho, de acordo com o relatório semanal de balneabilidade do IMA, e no período de 48 horas, após chuvas em Maceió que podem provocar o aparecimento de línguas sujas.
Autuação à Prefeitura de Maceió segue trâmite legal
O caso de lançamento de efluente sem tratamento, denunciado pela população ao IMA no último domingo, resultou em uma atuação à Prefeitura de Maceió no valor R$ 100 mil. Os relatórios de ensaios analíticos do Laboratório de Estudos Ambientais serão considerados para subsidiar o parecer da fiscalização do Instituto. A Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) de Maceió tem 20 dias, após a atuação, para apresentar defesa formal.
Por meio de um vídeo, o secretário municipal adjunto do Meio Ambiente, Ismar Macário, expolicou que o transbordamento do esgoto foi provocado por ligações clandestinas nas galerias de águas pluviais. "Nossas galerias estavam repletas de de lixo e de esgoto oriundos do sietema de saneamento que era administrado pela Casal,que durante muito tempo negligenciou o sistema de saneamento de Maceió e ocasionou tubulações que estão muito antigas, com rupturas, que extravazam esgoto para a nossa rede de galerias de águas pluviais", disse o Ismar Macário. Além disso, ele informou que a Prefeitura de Maceió também notificou comerciantes e edifícios por possível lançamento de gordura que estaria entupindo os poços de visita na região de Ponta Verde.
Veja o vídeo:
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