Laudo aponta causa de milhares de peixes encontrados mortos na Barra de Santo Antônio

Publicado em 31/10/2023, às 09h12
Reprodução/MPF
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Por TNH1 com TV Pajuçara

Um laudo, que está sendo produzido por um laboratório da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), constatou a presença de diversos compostos químicos altamente tóxicos nas águas do Rio Santo Antônio, na Barra de Santo Antônio, em Alagoas.

O levantamento foi feito após centenas de peixes aparecerem mortos na última terça-feira (24), o que assustou pescadores e a população local.

Três laboratórios estão fazendo as análises. Segundo o pesquisador Emerson Soares, foi identificada uma série de compostos, dentre eles: endossulfan, endrin, decanal e fluoroacetamida, a maioria fertilizantes. “Todos são altamente tóxicos. Esses produtos provocam mortalidade, intoxicação e afeta a toca respiratória dos animais com o ambiente”, explicou o pesquisador.

Emerson Soares disse ainda que, geralmente, esses compostos estão associados a fertilizantes ou outros produtos que são aplicados nos solos, às margens do rio. 

“Tem fenômenos de erosão. O solo, às vezes, tem esses compostos que foram lançados em outras épocas e, com a erosão, o solo cai no ambiente aquático e leva esses compostos que são bioacumuladores e não são facilmente exterminados”, finalizou.

O laudo será encaminhado para o Ministério Público Federal e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) assim que finalizado. A expectativa é que ele fique pronto ainda nesta sexta-feira (03).

Peixes mortos foram encontrados no Rio Santo Antônio - Na última terça-feira (24), pescadores e a população local foram surpreendidos com milhares de peixes mortos no Rio Santo Antônio, na Barra de Santo Antônio, litoral norte do estado. Uma espuma de cor branca também chamou a atenção de pescadores, que atribuíram o problema a uma interferência externa. 

Bernardo Costa, presidente da Colônia de Pescadores Z-14, chegou a dizer que o prejuízo é incalculável para os trabalhadores da pesca. "A credibilidade do pescado acabou, já estava baixa. Isso prejudica demais o pescador, que sobrevive somente do que tira daqui", lamentou.

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