A cena de nudez coletiva foi gravada durante a competição esportiva CaloMed, realizada em São Carlos, entre 28 de abril e 1º de maio, mas os vídeos só começaram a circular nas redes sociais na semana passada. Após a repercussão nacional das imagens, a Unisa anunciou a expulsão de 15 alunos.
A Polícia Civil investiga o caso, e vai periciar as gravações e o ginásio onde os jogos ocorreram. Em um dos vídeos que circularam, jovens são vistos em um ato que foi interpretado como uma simulação de masturbação coletiva. O delegado João Fernando Baptista, da Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos, afirmou que estão sendo agendados os depoimentos das alunas que integram a equipe de vôlei, que estava em quadra no momento em que as cenas de nudez foram gravadas. Elas devem ser ouvidas nos próximos dias.
O GLOBO mostrou na última sexta-feira que episódios de misoginia são rotineiros no curso de Medicina da Unisa. Calouros e calouras dizem ser coagidos a aceitar uma espécie de código de conduta assim que entram na faculdade. As regras são especialmente restritas às mulheres, para que pareçam "menos sexualmente atraentes possível", segundo um relato. A orientação dos veteranos é que elas nunca podem estar de cabelo solto, decote, acessórios, esmalte, saia ou shorts. Devem usar coque alto, calça comprida, blusa que cubra o corpo e sapato fechado. Os homens precisam ter o cabelo raspado.
Câmara quer ouvir reitores - A Câmara Municipal de São Paulo instaurou nesta terça-feira a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência e Assédio Sexual Contra Mulheres. Um dos primeiros requerimentos apresentados foi um convite para ouvir os reitores da Unisa (Universidade Santo Amaro), da São Camilo e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que tiveram estudantes envolvidos nas cenas de nudez na competição universitária.
As vereadoras que integram a comissão também querem escutar o delegado de São Carlos, responsável pelo inquérito policial que apura os episódios.