Começou na manhã desta terça-feira, 24, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, o júri popular do acusado de matar o menino Márcio Kauã Ferreira Acioli, de apenas dois anos, no Benedito Bentes, em abril de 2022. Fernando Henrique da Andrade Olegário vai ser julgado por homicídio qualificado, comunicação falsa de crime e fraude processual.
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O juiz Geraldo Cavalcante Amorim, titular da 9ª Vara Criminal, que vai conduzir o julgamento, informou, em entrevista à TV Pajuçara, que a expectativa é de que o resultado do júri seja divulgado ainda nesta terça-feira, 25. O magistrado também explicou como vai ser a programação do dia.
"Após os jurados lerem a adição de pronúncia e o relatório do processo, nós iniciaremos com a instrução das testemunhas arroladas pelo Ministério Público, e em seguida, faremos o interrogatório do réu. Após isso, vamos dar um intervalo, e depois iniciaremos os debates. Acredito que entre a tarde e o início da noite, teremos o resultado".
Fernando Henrique vai ser interrogado no segundo momento do júri (Crédito: Bruno Protasio/TV Pajuçara)
O promotor de Justiça Antônio Villas Boas afirmou que espera a condenação do réu por uma pena que possa ultrapassar 40 anos de reclusão. "Desde o início, o MP vem sustentando a acusação de crime de homicídio duplamente qualificado, aliado a mais crimes, como corrupção de menores, fraude processual e comunicação falsa de crime às autoridades. Essas teses foram sustentadas durante a instrução processual e serão mantidas hoje no plenário do júri".
"Esperamos que o conselho de sentença saia convencido desses crimes, e que termine a condenar o acusado Fernando Henrique. Essa pena pode ultrapassar a casa dos 40 anos e é o que espera o Ministério Público, diante da hediondez do crime, da covardia porque foi perpetrado. E o MP confia na sociedade alagoana", concluiu o promotor.
A reportagem da TV Pajuçara não conseguiu contato com a defesa de Fernando Henrique antes do início do julgamento.
Réu aguarda sentença que deve sair ainda neste terça-feira (Crédito: Gisélia Santos/TV Pajuçara)
Família pede Justiça - A avó de Kauã, dona Edilene, afirmou para a reportagem que a mãe do menino não teve condições de comparecer no Fórum para acompanhar o julgamento. "A mãe dele não tem condições de vir, ela disse que não vai suportar de ver a cara dele [acusado]. Não quer reviver tudo o que aconteceu. Ela sofre muito pela falta do filho, ela leva a vida assim, saiu de Maceió, foi trabalhar longe, para tentar esquecer mais um pouco", disse.
Os familiares presentes levaram cartazes com as frases "Queremos Justiça" e "Cauã era apenas um bebê". "Estamos esperando por justiça, mas se ela falhar, a de Deus não falha, não", continuou a avó.
Dona Edilene (à esquerda), avó de Kauã, leva um dos cartazes para o julgamento e clama por Justiça (Crédito: Gisélia Santos/TV Pajuçara)
O nome de Kauã foi escrito nos cartazes com a letra C, porém nos autos do processo na Justiça consta a letra K. Vale ressaltar que o menino não havia sido registrado antes de ser assassinado e não possuía documentação pessoal.
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