João de Assis: familiares e amigos acompanham júri popular de acusados da morte do auditor fiscal

Publicado em 31/10/2024, às 10h03
Anderson Macena/MPAL
Anderson Macena/MPAL

Por João Arthur Sampaio

Familiares e amigos do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto, assassinado com múltiplas lesões na cabeça, no dia 26 de agosto de 2022, compareceram ao Fórum da Capital, no Barro Duro, em Maceió, para acompanhar o júri popular dos cinco acusados de envolvimento na morte da vítima. O julgamento está sendo conduzido pelo juiz Geraldo Amorim.

Todos os acusados são da mesma família. Os réus Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva serão julgados com as qualificadoras motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime cometido contra idoso, ocultação de cadáver e corrupção de menor, já que convenceram um menor a ajudar a limpar o local do crime.

A mãe de três dos acusados, Maria Selma Gomes Meira, será julgada por ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual. Ela também teria limpado o sangue da vítima da cena do crime e auxiliado na retirada do veículo da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) do local.

Antes de começar o julgamento, o magistrado informou que, ao todo, 34 testemunhas serão ouvidas. As de acusação serão ouvidas pela manhã e as de defesa no turno da tarde, horário em que também está programado para que os réus também sejam ouvidos. No entanto, o júri não deve ser concluído hoje, segundo divulgou o Ministério Público de Alagoas (MPAL).

Abalada com a situação, a viúva da vítima, Marta Magalhães Pinto, foi ao local para acompanhar o julgamento. Eles completariam 34 anos de casados. “O sangue do João que foi derramado está clamando por justiça. Meu esposo era uma pessoa muito dedicada, família, alegre, carinhoso e era uma pessoa que sempre ajudava os necessitados. Ele abominava essas coisas”, lamentou.

O crime - Segundo os autos, o auditor fiscal João de Assis, de mais de 60 anos, foi assassinado com múltiplas lesões na cabeça, no dia 26 de agosto de 2022, por volta das 11h, dentro de um depósito de bebidas, localizado no bairro Tabuleiro dos Martins, em Maceió.

A vítima realizava uma inspeção no estabelecimento de propriedade de João Marcos Gomes de Araújo, Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo e Maria Selma. O acusado Vinícius Ricardo era funcionário deles.

Ainda conforme o processo, a vítima foi espancada, asfixiada, apedrejada e esfaqueada. Após o crime, os réus utilizaram gasolina e papelão para carbonizar o corpo da vítima em uma área de matagal.

Mesmo após o crime ter acontecido, os réus fecharam apenas uma parte do estabelecimento e continuaram atendendo clientes enquanto Maria Selma limpava as manchas de sangue do local, com ajuda de um menor de idade.

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