O deputado federal João Campos (PSB) conseguiu uma virada na reta final e venceu a também deputada federal e sua prima Marília Arraes (PT) no segundo turno. Aos 27 anos, Campos foi eleito prefeito do Recife neste domingo (29).
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Com 96,09% das urnas apuradas, João tinha 56,21%% dos votos e Marília, 43,79%.
A disputa no Recife foi uma das mais acirradas entre as capitais. A petista, que terminou o primeiro turno na segunda colocação, liderou as primeiras pesquisas feitas na campanha de segundo turno. Com o passar do tempo, porém, a diferença foi sendo reduzida e os dois chegaram empados nas última pesquisas.
Com a vitória, o PT não faz prefeito novamente em nenhuma das maiores capitais do país, repetindo o desempenho pífio de 2016 —quando elegeu apenas um prefeito, em Rio Branco (AC). Já o PSB segue com sua principal vitrine após oito anos de governo Geraldo Julio.
A campanha de João Campos valeu-se da imagem de seu pai, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco morto em acidente aéreo quando disputava as presidenciais de 2014. Ele sempre foi citado como o exemplo de vida para João.
Para vencer, João precisou driblar o principal argumento dos rivais de que seria jovem demais para governar o Recife.
Campos conseguiu fazer aliança com o PDT nacional, que indicou sua vice, Isabella de Roldão, e retirou a candidatura do deputado federal Túlio Gadêlha. A decisão rendeu um racha para o segundo turno, quando Gadêlha decidiu trair a decisão partidária e apoiar Marília Arraes. O mesmo aconteceu com o ex-prefeito João Paulo (PCdoB).
A campanha do segundo turno foi marcada por ataques de Campos ao PT e a Marília, o que gerou um verdadeiro "climão" entre membros da esquerda em Pernambuco, já que PSB e PT estão juntos na gestão do governo estadual. Muitos políticos se manifestaram contrários à postura do PSB. Um deles foi o senador Humberto Costa (PT-PE).
A partir de 1° de janeiro de 2021, João Campos terá de lidar com uma capital que sofre com o desemprego. Recife tinha, segundo o IBGE ao final de 2019, a maior taxa de desemprego entre as capitais, com 17,4% da população economicamente ativa fora do mercado de trabalho.