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Investigada por morte de empresário fez cursos online para aplicação de peeling de fenol

Paulo Eduardo Dias/FolhaPress | 05/06/24 - 22h40
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A esteticista Natalia Fabiana Freitas Antônio, 29, realizou cursos livres pela internet para fazer o procedimento peeling de fenol. A informação foi dada por sua advogada, Tatiane Forte, nesta quarta-feira (5).

Segundo a defensora, a mulher, que é conhecida como Natalia Becker, realizava cerca de dois procedimentos por semana, cobrando R$ 4.500 cada um. Um deles resultou na morte do empresário Henrique da Silva Chagas, 27, na segunda-feira (3).

Natalia se apresentou à polícia na tarde desta quarta. A suspeita prestou depoimento e foi liberada na sequência, uma vez que não há pedido de prisão expedido contra ela.

Segundo a advogada, a esteticista não se apresentou antes porque passou mal com a notícia da morte de Chagas.

Natalia afirma que utilizava um tipo de fenol com uma concentração menor (mais leve) em seus clientes.

De acordo com o delegado Eduardo Luiz Ferreira, titular do 27° DP (Campo Belo), que investiga o caso, a esteticista não teria permissão para realizar o procedimento, que deve ser feito por um médico.

"Para a Polícia Civil, o que ocorreu foi um crime de homicídio. Alguém causou a morte de alguém. Nós ainda não temos a definição se a gente tá diante de um homicídio culposo ou de um homicídio doloso", disse o delegado na terça (4).

"Homicídio culposo seria quando a gente pratica o fato, agindo de três maneiras: por imprudência, negligência ou imperícia. Nesse caso, a gente teria uma imperícia, porque a investigada não é médica, ela não tem habilitação técnica para fazer esse tipo de procedimento. Então, seria, em tese, uma modalidade de homicídio culposo", acrescentou Ferreira.

"Mas também tem outra possibilidade, de, eventualmente, ser um homicídio doloso. Ela não quer o resultado, mas ela pode assumir o risco de produzi-lo", acrescentou Ferreira.

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou que a clínica foi interditada e autuada pela Vigilância Sanitária por exercer procedimentos em desacordo com a legislação vigente.

"O estabelecimento possui a Licença de Funcionamento Sanitária para o CNAE 9602-5/02 -- atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza, por meio da SMS. E possui também a licença de funcionamento por meio da Subprefeitura Santo Amaro", disse a pasta.