Investigação que prendeu Deolane só começou após irmã dela tentar sacar R$ 2 milhões para comprar casa

Publicado em 20/09/2024, às 16h18
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por Extra Online

A investigação da Polícia Civil de Pernambuco que resultou na prisão de Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, só começou após um deslize de Dayanne Bezerra Santos, a irmã caçula da doutora. Em novembro de 2023, ela tentou sacar R$ 2 milhões, em espécie, para comprar um imóvel em São Paulo.

Ela alegou que a negociação teria de ser feita em dinheiro vivo porque o proprietário da casa só aceitava vender em espécie. A reserva para o saque surpreendeu o Conselho de Controle de Atividades Finanças (Coaf), órgão ligado ao Banco Central que apura movimentações suspeitas de lavagem de dinheiro. Foi emitido um alerta para a Diretoria Integrada Metropolitana (DIM), da Polícia Civil, no dia 24 de novembro de 2023, já que a quantia não era compatível com os rendimentos declarados da advogada, de R$ 21 mil mensais.

O documento emitido pelo Coaf faz parte do inquérito da Operação Integration, no início de setembro, que obteve mandado de prisão preventiva contra Deolane, a mãe dela, Solange Bezerra, e outros 18 investigados. Estopim da operação, Dayanne, no entanto, não está na lista de suspeitos.

O que provocou o alerta

Há dez meses, Dayanne avisou ao banco que estava comprando um imóvel de Deric Elias Costa Silva, de 20 anos, irmão do influenciador Nino Abravanel, de 18. O jovem teria solicitado o valor em dinheiro vivo.

Numa investigação interna, porém, o vendedor não tinha o bem registrado em seu nome. “Em consulta ao ONR (Operador Nacional do Registro Eletrônico de Imóveis) no dia 24/11/2023 às 14:05h, (...) não há nenhum imóvel no Estado de SP, em nome do CPF indicado por Dayanne, que ela forneceu à gerência do banco e quem fez o provisionamento do saque”, diz o documento obtido pelo portal Diário de Pernambuco.

O vendedor também respondia a um processo na Justiça paulista. Ele e o irmão foram presos este ano acusados de assassinar a tiros um pedreiro que matou o avô deles.

No alerta, o Coaf apontou que Dayanne teria cotas nas empresas Bezerra Comércio de Artigos em Geral Ltda (50%), DSDD Cobranças e Informações Cadastrais Ltda (25%), Bezerra Produções Artísticas Ltda (10%) e Bezerra Publicidade e Comunicação Ltda (1%).

Há um ano, a conta da qual Dayanne iria sacar o dinheiro tinha recebido, entre abril e setembro, o valor de R$ 6.155.188,24, dos quais 93% foram transferidos via Pix, segundo o relatório. Já os débitos totalizaram R$ 6.125.108,96, sendo 50% aplicação em investimento e 36% movimentação via Pix.

"Chama atenção a movimentação a crédito apresentada não ser possível atestar que a origem dos recursos seja proveniente da atividade comercial, tendo em vista que a maior parte dos valores recebidos são oriundos de empresas de meio de pagamento, onde não é possível identificar o real remetente desses recursos”, diz o documento.

O contrato de compra e venda do imóvel não foi apresentado ao banco por Dayanne, o que tornou a operação ainda mais suspeita. O saque de R$ 2 milhões foi barrado e as contas do clã Bezerra encerradas pelo banco.

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