Em processo de mudanças, a diretoria do Centro Sportivo Alagoano observa atentamente a situação de risco do bairro do Mutange, ao mesmo tempo que planeja os próximos passos para a transformação do clube em Sociedade Anônima (S/A). Em entrevista à Rádio 1020 AM na última quarta-feira (31), o presidente Rafael Tenório detalhou que vai se reunir com investidores e que já tem um valor base da marca CSA.
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"Existe um grupo chinês, através dos representantes de São Paulo, Minas e Estados Unidos, lá da Califórnia. Tem dois representantes de um grupo americano no Rio de Janeiro. Eles já estiveram três vezes aqui em Maceió. Eu, Raimundo Tavares e Hugo Leahy estivemos lá, quando mandamos o estatuto do clube, com os três balanços de 2016, 2017 e 2018, todos auditados, mandamos todo histórico do passivo do clube, mandamos uma radiografia do CSA. Entregamos para um escritório de advocacia, especializado em aberturas de clube empresa, a S.A. dentro do futebol. Eles elogiaram muito o estatuto do CSA, muito moderno, enxuto. Vamos viajar agora no domingo, temos uma reunião na segunda-feira às 10h, no Rio de Janeiro, no escritório de advocacia com os representantes desse grupo americano e com os advogados, já pára fazer uma explanação final de como será a montagem, a abertura da S.A. Já temos mais ou menos a marca do CSA avaliada. Saiu em um site do Rio de Janeiro o valor das marcas dos 20 clubes de futebol do Brasil que estão na Série A. Nesse site, a marca CSA está à frente do Avaí e do Fortaleza. Precisamos ter esse estudo de uma empresa de São Paulo, pela qual esse escritório de advocacia foi contratado para fazer esse trabalho", explicou.
Segundo o Transfermarkt, site especializado em transferências internacionais e valor de mercado, o CSA é o 18º clube mais valioso da Série A em 2019. De acordo com o site, o Azulão vale 21,15 milhões de euros. Na cotação atual, o valor em reais representaria cerca de 90 milhões. Veja abaixo o ranking do Transfermarkt.
Foto: Reprodução / Transfermarkt
Tenório também explanou que a ideia é abrir uma Sociedade Anônima de capital fechado.
"Quando nós estivemos no Rio de Janeiro, eu e o presidente (Raimundo Tavares), a primeira pergunta que me foi feita: 'O que é que você pretende para o CSA? Você quer capital aberto ou capital fechado?'. Como eu tenho bastante conhecimento em relação a isso, falei que queremos capital fechado, até porque o capital fechado eu posso escolher com quem eu quero ter relação, quem eu quero trazer para dentro da minha casa. E quando ele é capital aberto, você tem que ir para ações, bolsa de valores, você pode abrir e qualquer pessoa, qualquer cidadão pode adquirir as ações daquela empresa. No caso do capital fechado, não. Porque nós vamos encontrar um parceiro ou dois e dizer o quanto estamos dispostos a abrir o percentual, se pode ser 70%, 60%, 50%, vai depender muito da forma do parceiro que nós conseguirmos".
O presidente azulino projetou que até o dia 15 de setembro deve ter a documentação e a situação de S.A. pronta para poder sentar com os investidores e ver questões de percentuais e valores.
"Eles, a princípio, já externaram que têm interesse em adquirir 70% da empresa. O clube ficaria com 30%. Como funciona? Esse dinheiro vem para o clube, pertence ao clube. O clube, lógico, vai investir ou na construção de um estádio, ou na compra, no investimento de um CT, e aqui nós estamos pensando também nos problemas da Braskem, nós vamos sim sair do Mutange. Já conversei com o deputado Silvio Camelo, ele é um dos responsáveis que está também cuidando dessa parte. Esse recurso é para ser investido nos 30% do clube. E a S.A. passa a administrar a parte de futebol do clube, que é quem traz os recursos. Ela é a gestora principal e vai contratar executivos para tomar conta da empresa S.A. Não tem como dar errado porque é processo empresarial, investimento com previsão de retorno".
Rafael Tenório, presidente do CSA (Foto: Alisson Frazão / Ascom CSA)
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