Inquérito diz que PM agredida no carnaval em Milagres foi jogada no chão e arrastada pelo cabelo

No inquérito, que contém mais de 65 páginas, os militares que atenderam à ocorrência relatam que foram chamados duas vezes para atender uma denúncia de som alto na mesma residência. Segundo o depoimento, na segunda vez em que os policiais estiveram no local, três homens teriam se apresentado como proprietários do som, sendo que um deles estava aparentemente embriagado. "[ele] disse que tinha tanto direito de fazer barulho quanto a Prefeitura, pois pagava mais impostos que a mesma, e apontando o dedo para os policiais, de forma agressiva, dizia que pagava seus salários", traz um trecho do inquérito. 

Ainda segundo os autos do inquérito, os militares também disseram que um dos suspeitos teria começado a proferir palavras de baixo calão contra a equipe policial. Nesse momento, um dos militares teria dado voz de prisão ao homem, que resistiu e entrou em luta corporal com o PM. Na ocorrência, os militares também relatam que um dos policiais teria caído ao chão, instante em que Paloma Sueli tentou proteger o companheiro de farda e teria sido brutalmente agredida por um dos suspeitos.

Sobre as agressões sofridas pela policial militar, o inquérito aponta que Paloma Sueli foi puxada pelos cabelos, derrubada ao chão e arrastada pelo pai de um dos envolvidos na ocorrência. Os militares ainda disseram que Paloma foi lesionada na região da boca e deixou a residência com um sangramento devido a um soco desferido pelo suspeito.

Em depoimento prestado à Polícia Civil, o homem que agrediu a policial militar disse que foi empurrado pelos PMs e teria caído sobre um caixa. Ele ainda relata que os policiais usaram spray de pimenta no local e que teriam agido com truculência contra os familiares que estavam no interior da residência.

Os três indivíduos foram presos em flagrante após apoio da Guarda Municipal de São Miguel dos Milagres e de outra equipe policial. Eles foram liberados após cada um pagar fiança no valor de R$ 5 mil.

Defesa de PM agredida vai pedir prisão preventiva dos suspeitos - Em entrevista ao TNH1, o advogado Napoleão Júnior, que está à frente da defesa da policial Paloma Sueli, disse que vai representar um pedido de prisão preventiva contra os três envolvidos no caso. "Procuramos o diretor geral da Polícia Civil e pedimos que seja nomeado um delegado especial para investigar o caso. Também vamos representar pela prisão preventiva dos três envolvidos e todos serão ouvidos na delegacia de polícia", disse Napoleão.

Prefeitura de São Miguel dos Milagres se manifesta sobre o caso - Em nota encaminhada à imprensa, a prefeitura de São Miguel dos Milagres disse que as agressões contra a equipe policial foram feitas por turistas, que teriam alugado uma casa na localidade para passar o Carnaval. A prefeitura reiterou que condena qualquer tipo de violência e que está prestando apoio à policial militar agredida. Veja a nota, na íntegra: 

"A Prefeitura de São Miguel dos Milagres vem a público esclarecer que a agressão contra a policial militar Paloma, ocorrida no último domingo (19), não foi de autoria de moradores do município, mas de turistas que alugaram uma casa de veraneio para passar o carnaval. A Prefeitura ressalta que condena qualquer tipo de violência e aproveita para prestar solidariedade à policial, que cumpria seu papel de manutenção da lei e da ordem. Em tempo, comunica também que está dando todo o apoio à PM e contribuindo para que os agressores sejam identificados e punidos nos termos da lei."