Indicação ao Oscar revolta mãe de menino que inspirou curta-metragem

Publicado em 24/01/2019, às 23h57
Ely Solan interpreta assassino de dez anos no curta ‘Detainment’, indicado ao Oscar | Divulgação
Ely Solan interpreta assassino de dez anos no curta ‘Detainment’, indicado ao Oscar | Divulgação

Por VEJA.com

Após o anúncio dos filmes indicados ao Oscar 2019, uma reação incomum chamou a atenção de toda a internet: a de uma mãe revoltada com o reconhecimento de uma obra que revive o assassinato de seu filho, aos dois anos de idade, nos anos 90.

A obra em questão é o curta Detainment, de Vincent Lambe, que concorre na categoria de melhor curta-metragem em live-action. Com 30 minutos de duração, o filme conta a história real do pequeno James Bulger, um garotinho de dois anos que, em 1993, se afastou da mãe dentro de um shopping center e foi levado por dois meninos de dez anos, que o torturaram, mataram e depois foram condenados como os assassinos mais jovens já detidos em quase 250 anos pela justiça britânica.

Denise Fergus, mãe de James, alega que nunca foi procurada pela produção para autorizar a realização do filme e, num comunicado publicado no Twitter na última quarta-feira 23, afirmou que se sentiu “enojada” pela indicação ao Oscar. Fergus já abrira uma petição para boicotar o filme, mas o documento, que já soma mais de 110 mil assinaturas, não foi considerado pela Academia. 

A revelação dos vencedores do Oscar 2019 acontece no dia 24 de fevereiro.

Leia o post de Denise Fergus na íntegra:
“Eu não posso expressar o quão enojada e perturbada eu estou por esse assim chamado filme que foi feito e agora indicado a um Oscar.

Uma coisa é fazer um filme como este sem entrar em contato com ou pedir permissão da família de James, mas outra é obrigar uma criança a reencenar as últimas horas de vida de James antes de ele ser brutalmente assassinado, e fazer com que eu e minha família tenhamos que reviver isso novamente!

Depois de tudo o que eu falei sobre esse assim chamado filme e do meu pedido para que ele fosse removido, ele ainda foi indicado a um Oscar, apesar das mais de 90 mil assinaturas na petição, que agora está sendo ignorada, assim como meus sentimentos, pela Academia.

Estou tão brava e desconcertada neste momento.

Pessoalmente, quero agradecer a todas as pessoas que assinaram a petição até agora e que, espero, continuarão me apoiando nesse caso.

Apenas espero que o filme não vença em sua categoria no Oscar.”

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