Impostos, distribuição, margem de lucro: como é calculado o preço da gasolina?

Publicado em 27/05/2018, às 15h27

Por Redação

A crise dos combustíveis no Brasil, a greve dos caminhoneiros e as longas filas nos postos na corrida para abastecer fez que o país voltasse os olhos para um problema que afetou e trouxe prejuízos a todos os setores da sociedade.

Com aumentos diários, o preço da gasolina, do diesel e dos demais combustíveis  se tornou o principal assunto, desde as rodas de conversa mais informais à alta cúpula do governo federal.

Para que o nosso internauta possa ter uma ideia de como é formado o preço final da gasolina repassado aos consumidores na bomba, o TNH1 ouviu empresários do setor sobre a questão e constatou que quase metade do valor pago por um litro de gasolina é só de impostos, ou seja, de R$ 4,57, referente ao preço médio do litro de gasolina, R$ 2,05 são de impostos federais (PIS/Cofins e Cide) e estadual (ICMS), este fica com a parte maior dos impostos, equivalente a R$ 1, 15. confira abaixo.

“Nós entendemos que população está muito desgastada com a situação, mas é preciso esclarecer que o lucro não está ficando nos postos. O lucro excedente está ficando tanto no governo, com relação aos impostos, quanto com as distribuidoras, que estão lucrando bastante com essa situação”, disse Temisthon Lima Medeiros Júnior, empresário do setor de combustíveis.

Segundo ele, quando a Petrobras baixa o preço da gasolina, por exemplo, as distribuidoras não repassam a redução do valor, e os postos terminam sendo obrigados a não repassar ao consumidor. “Isso deixa os consumidores chateados, porque eles ficam sabendo que a Petrobras reduziu o valor, mas ele não vê essa redução na bomba”, explica Themisthon.

Sobre os dados levantados pelo TNH, ele avaliou que o preço final ao consumidor de R$ 4,57 é um valor médio do que está sendo praticado no Brasil. “Vale ressaltar que esse valor verificado pela ANP foi no momento em que havia uma “guerra” de preços, principalmente aqui em Maceió”, disse Temisthon.

“Os postos não têm condições de abrir mão dessa margem de lucro que é hoje de no mínimo R$ 0,60. É o que vai garantir a manutenção do negócio, que já não é fácil. Para você ter uma idéia, eu pago R$ 30 mil só de energia no meu posto”, disse João Cox, tesoureiro do Sindicombustíveis e empresário do setor, ao ressaltar as dificuldades pelas quais passam os empresários do setor.

O TNH1 tentou ouvir o Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), mas o telefone da assessoria de comunicação que consta no site da Agência Alagoas estava desligado.

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