IMA encontra lagoa de chorume com vazamento para área de vegetação nativa em aterro de Maceió

Publicado em 31/07/2019, às 21h02
Clarice Maia/Ascom IMA
Clarice Maia/Ascom IMA

Por Assessoria IMA

Técnicos do Instituto do Meio Ambiente estiveram, na manhã dessa quarta-feira (31), no local onde funciona o aterro de Maceió para vistoriar a área e apurar irregularidades denunciadas por moradores da região. Durante a fiscalização foi encontrada uma das lagoas de chorume com vazamento direto para uma área de vegetação nativa.

A lagoa foi construída para receber o excedente do chorume bruto gerado no aterro, ela chama atenção porque está fora da área das demais lagoas. No local a equipe encontrou um buraco recém-escavado, na propriedade adjacente ao aterro, para drenar o chorume que estava vazando direto da lagoa, possivelmente devido a alguma infiltração.

Tanto funcionários do aterro como da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente Maceió (Sedet), que apareceram durante a presença da equipe do IMA, informaram que o vazamento aconteceu no último domingo (28). Como medida paliativa escavaram um grande buraco, colocaram uma caixa d’água dentro e um dreno para bombear o líquido, caso ele continue a escorrer.

Foram feitas imagens aéreas do local que servirão para nortear medidas que serão tomadas pelo Instituto. Além disso, outras denúncias apontam que a área ocupada pelas operações do aterro já estão foram do que fora inicialmente licenciado, além de impactos como o soterramento de pequenos rios e nascentes. A situação também está sendo apurada pelo órgão.

Intimações

Durante a fiscalização foi entregue um ofício para relembrar a empresa administradora do aterro que a resolução 58∕2018, do Conselho Estadual de Proteção Ambiental, assegura que o transporte interestadual de resíduos perigosos deve ser licenciado pelo Estado. O descumprimento é passível de “autuação, interdição e apreensão dos veículos”.

Como os representantes do aterro não quiseram responder as perguntas dos técnicos, além do ofício foram entregues mais oito intimações solicitando informações técnicas sobre a operação do aterro, tais como o volume de chorume gerado, a destinação do líquido, o arquivo da poligonal do equipamento, entre outras. Para a apresentação das informações foi dado um prazo de 48 horas.

A Prefeitura de Maceió, através da assessoria de imprensa da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes), emitiu nota sobre o caso:

Responsável pela concessão pública da Central de Tratamento de Resíduos (CTR), a Prefeitura de Maceió informa que o vazamento na mangueira de uma das lagoas de chorume já havia sido identificado no domingo (28) pela equipe de fiscais da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) que atua diariamente no local.

Ao constatar a intercorrência, a fiscalização da Sudes notificou a V2 Ambiental, empresa que é concessionária da CTR, e também acionou a equipe de monitoramento ambiental da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet). Após vistoria da Sedet, a V2 também foi autuada. O vazamento foi sanado e o monitoramento segue no local para constatar se o problema foi decorrente de algum rompimento na manta que impermeabiliza a lagoa.

A Prefeitura reitera que a fiscalização na CTR é diuturna, com equipes que trabalham em escalas nos três turnos diretamente no local, e todas as medidas necessárias são de imediato adotadas a partir da identificação de quaisquer anormalidades em relação à operação.

Também por meio de nota, a V2 Ambiental negou que há vazamento de chorume. Leia na íntegra:

A respeito das informações veiculadas, a V2 Ambiental, gestora da Central de Tratamento de Resíduos de Maceió (CTR Maceió) esclarece que não há qualquer vazamento em suas lagoas de chorume que ameace o meio ambiente. O fato apresentado refere-se a um procedimento de manutenção realizado em uma das lagoas no último domingo (28/7), após inspeção de rotina que detectou um pequeno furo no revestimento da geomembrana, o qual foi imediatamente controlado. A ocorrência não produziu dano ambiental e foi prontamente informada aos órgãos responsáveis.

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