Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1951, a Igreja Matriz dos Santos Cosme e Damião, considerada a mais antiga em funcionamento no Brasil, foi reaberta esta semana, depois de dois anos em obras de restauração. Construída a partir de 1535, a pedido do donatário da capitania hereditária de Pernambuco à época, Duarte Coelho, a igreja constitui o ponto mais visitado do sítio histórico de Igarassu, município situado na região metropolitana de Recife. A edificação tem estilo maneirista, que em arquitetura significa uma transição entre os estilos renascentista e barroco, e passa a abrigar, a partir de agora, um espaço expositivo em sua casa paroquial.
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As obras tiveram o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A instituição destinou R$ 4,2 milhões, em recursos não reembolsáveis, para o projeto. Além do restauro das edificações, os investimentos incluíram a implantação de sistemas de prevenção, detecção e combate a incêndio; recuperação de toda a rede elétrica; e adaptação de forma a ampliar a acessibilidade a portadores de necessidades especiais.
O diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, destacou que a cidade de Igarassu possui um rico patrimônio histórico, que narra parte relevante da formação territorial e econômica do país. “O projeto apoiado pelo BNDES devolve à sociedade um patrimônio restaurado e equipado para contar essa história. Com ações voltadas para educação patrimonial e desenvolvimento de um programa turístico do centro histórico, vamos contribuir para qualificar o turismo e dinamizar a economia na região”, disse o diretor.
Novo espaço - Instalado no primeiro andar da casa paroquial, o novo espaço expositivo e educativo conta a formação da capitania de Pernambuco, a história da própria Igreja dos Santos Cosme e Damião e da cidade de Igarassu. O público poderá conferir, em um mapa, os demais equipamentos culturais do município. No local, foi instalado um café, cuja receita será revertida para a manutenção da igreja e do próprio espaço expositivo. Os dois espaços passarão a receber visitas com guias especialmente treinados para essa finalidade e terão agendamento para escolas, faculdades e agências de turismo.
De acordo com informação da prefeitura de Igarassu, foram restaurados o altar-mor e parte da estrutura da igreja, anteriormente danificados. As peças do Museu de Arte Sacra, ligado à igreja, receberam medidas de conservação preventiva, devido ao seu elevado valor histórico, sobretudo por retratar diversos acontecimentos marcantes do passado, como as invasões holandesas no Brasil.
A obra foi planejada pelo Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH).
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