A cuidadora Margareth da Silva, de 62 anos, foi a primeira pessoa morta a ter o nome confirmado após o incêndio que aconteceu no Lar Paulo de Tarso, no Ipsep, na Zona Sul do Recife. Segundo o filho da vítima, Adjair Silva, ela trabalhava no abrigo havia mais de dez anos.
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"Eu quero enterrar minha mãe o mais rápido possível”, afirmou.
Três crianças também morreram no incêndio que atingiu o abrigo na madrugada desta sexta (14). Até as 9h, os bombeiros não tinham informado o que provocou o fogo. Abalado, Adjair da Silva esteve no local do incêndio no início da manhã.
Além dele, parentes de outras pessoas que moravam ou trabalhavam no abrigo foram ao local para tentar conseguir informações.
Ao g1, Adjair contou como era a rotina da mãe. "Ela sempre trabalhava à noite. Passou um tempo de manhã, mas quase sempre trabalhava à noite., afirmou.
A cuidadora de idosos Claudiana Santana é sobrinha de Margareth. Ela contou que falou com a tia na noite de quinta (13).
“Quando eu vi a notícia, pensei ‘meu Deus, é o Paulo de Tarso’. Ontem eu falei com ela e, de noite, ela foi trabalhar. Ela dizia que dava um cochilo de madrugada para organizar as coisas antes de a outra cuidadora chegar", afirmou Claudiana.
Ainda segundo a sobrinha de Margareth, a cuidadora tinha um grande carinho pelo trabalho e pelas crianças do abrigo.
"Ela passou um tempo trabalhando de dia, mas disse que era muito cansativo e voltou para a noite. Ela falava muito das crianças, pedia para a gente orar por elas. Morreu fazendo o que amava", disse Claudiana.
O incêndio
O corpo de bombeiros afirma que foi acionado para conter o incêndio no Lar Paulo de Tarso, na Rua Jerônimo Heráclito, por volta das 4h20 desta segunda. Onze equipes foram ao local para controlar as chamas.
As chamas também chegaram a atingir uma casa vizinha, mas ninguém ficou ferido nessa residência. Nove viaturas do Samu também foram acionadas. Por volta das 6h, a corporação informou que o fogo estava totalmente controlado.