Uma operação de combate a maus-tratos de animais silvestres realizada pelo Ibama em um criatório de jacarés-do-papo-amarelo localizado no bairro Fernão Velho, em Maceió, resultou em multa no valor de R$ 214 mil e no embargo do estabelecimento comercial.
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O crime ambiental havia sido constatado no início do ano pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA/Alagoas), que multou o estabelecimento. Na ocasião, os mais de 200 répteis do local estavam em situação de abandono e fome, raquíticos e praticando canibalismo.
Agentes do Ibama verificaram a continuidade dos maus-tratos. “O local recebeu ajuda do IMA, que forneceu o alimento para os bichos, mas não houve preocupação na conservação e armazenamento da comida, que foi oferecida podre aos animais”, explicou Roberto Cabral, agente ambiental do Ibama. A água a que os jacarés têm acesso estava em má qualidade para o uso, com mau cheiro em todo o local. O criatório foi notificado pelo Ibama a fazer adequações urgentes no recinto dos animais.
Além das péssimas condições de vida, os animais não estavam marcados, conforme determina a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº487/2018. Os agentes verificaram que houve a morte de jacarés e também fuga do local, irregularidades que estão em apuração.
O jacaré-do-papo-amarelo pode viver entre 50 e 70 anos na natureza. Encontrado principalmente na faixa de litoral da Mata Atlântica, bioma que possui apenas cerca de 15% de sua cobertura florestal original, a espécie sofre pressão pela poluição dos rios e prática da caça.
Decisão de 2022 da gestão anterior do Ibama reduziu a proteção internacional da espécie, em contrariedade aos pareceres técnicos emitidos na época. O animal foi passado do Anexo I para o anexo II da CITES, o que autorização sua exportação. A decisão será revista pela atual gestão do Instituto.
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