Polícia

Homem que matou a mulher com pedrada na cabeça se apresenta em delegacia de Sergipe e é liberado

João Arthur Sampaio | 03/07/24 - 08h17
Reprodução/TV Atalaia

José Cleonaldo Santana dos Santos, de 25 anos, esteve na Central de Flagrantes, no bairro Santos Dumont, em Aracaju (SE), no começo da tarde de terça-feira (02), para se identificar como o assassino da própria companheira, vítima de uma pedrada na cabeça. O feminicídio aconteceu no último dia 30, em Piaçabuçu, interior de Alagoas, e ele estava foragido desde então.

Ao delegado plantonista, ele detalhou o que teria ocorrido no dia do assassinato. Segundo José, eles estariam na casa de um parente, bebendo com mais três pessoas, quando ele chamou a companheira para ir dormir, mas ela não queria. Isso teria acarretado uma discussão, fazendo com que as outras pessoas deixassem o local. Permaneceram ele, a mulher e a cunhada.

José contou ainda que a discussão ficou cada vez pior e, de acordo com ele, a companheira teria tentado agredi-lo e, para se defender, pegou um paralelepípedo e a acertou na cabeça. A vítima caiu agonizando, enquanto ele fugia. A cunhada também foi embora do local. O suspeito disse que foi para Sergipe, estado vizinho, com medo de represálias e, depois, decidiu se entregar. 

Assassino confesso foi liberado

Após ser ouvido pela Polícia Civil, ele foi encaminhado à casa de um parente na zona norte de Aracaju, mas, como não tinha ninguém lá, a viatura voltou para a Central. A polícia informou que, como não havia um mandado de prisão em aberto, José Cleonaldo foi liberado. 

O repórter Marcos Couto, da TV Atalaia, afiliada da Record em Sergipe, conversou com exclusividade com o homem, que alegou estar arrependido. “Eu cometi um delito. Foi sem querer, né?! Matei minha mulher, vou pagar a cota e já era. Ela me agrediu, falou mal de mim, me bateu, perdi a cabeça e pronto”.

“O relacionamento era bom. Tudo ia bem. Estou arrependido de cometer o delito. A briga foi por causa da cachaça dela. Ela não estava com raiva de mim. Veio me bater e o final foi isso daí. Queria dormir, chamava ela e do nada surtei e aconteceu isso”, relatou. Segundo ele, o paralelepípedo usado no crime estava atrás de uma porta de casa e ninguém teria o visto quando a acertou na cabeça.

O caso

Erlane Adelino da Silva foi atingida na cabeça por um paralelepípedo durante uma discussão com o companheiro e sangrou até a perder a vida. O crime aconteceu em via pública, em frente a uma residência na Rua João Pessoa, bairro Brasília, área central da cidade.

O motivo, segundo a polícia apurou com testemunhas, é porque a mulher estava bebendo e festejando com amigos, quando o marido apareceu e a mandou parar de beber. Ela teria ficado chateada ao ser repreendida e uma discussão com direito a agressões em público foi iniciada, resultando no feminicídio.

Segundo o Instituto Médico Legal (IML), a morte da mulher foi causada por traumatismo cranioencefálico (TCE), resultado do impacto da pedrada. O casal residia na cidade de Igreja Nova, vizinha de onde aconteceu o crime, e tinha ido a Piaçabuçu para participar das festas juninas. 

"Houve ali um feminicídio e a arma foi um paralelepípedo. Eles estavam bebendo, ele é companheiro dela e pediu para parar [de beber] e ela não quis. Eles começaram a discutir e se bateram na rua, até que ele jogou a pedra", detalhou o delegado responsável pela investigação do caso, Rubem Natalício, em entrevista ao TNH1.

Após o crime, o homem teria dito na rua que ia se entregar, possivelmente para evitar ser linchado.