Um homem foi flagrado chicoteando um jumento, na manhã desta segunda-feira, 7, na Praça Guedes de Miranda, no bairro de Ponta Grossa, em Maceió. As cenas causaram revolta na população que estava no local.
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Quem presenciou a agressão, que é crime de maus-tratos, ficou indignado com o caso. Em entrevista à TV Pajuçara, uma testemunha relatou que o animal estava ferido, enquanto o homem argumentava que era "mania do jumento".
"Quando eu cheguei ali, o bichinho já estava caído. Perguntei o que era, ele disse que era mania do bicho. Só que não era. Quando ele tentou levantar o animal, vimos que estava com dificuldade, tipo mancando. Falei pra ele olhar, ele disse que não ia. Ele levantou o animal, que caiu novamente. Daí ele começou a chicotear o bichinho. A gente não gostou. Ele disse que era mania do bicho, mas não era, o animal estava com as patas feridas, mancando. O jumentinho é até filhote, não é nem adulto. Até o peso da carroça já era pesado para ele".
Segundo o relato dela, o homem de camisa azul que praticava a agressão contra o animal caído ficou rindo, enquanto o segundo homem que aparece nas imagens apresentava nervosismo com os populares gravando as cenas e confrontando a dupla.
"Ele ficou rindo. Em nenhum momento se sentiu constrangido com a gente. Ele estava nem aí, o bichinho caído no chão e ele rindo com o sofrimento do coitado. Ele só parou quando uma mulher disse que ia dar na cara dele: 'Vou dar na sua cara para você ver como é bom bater no bicho, né?!'. Quando ele viu que tinha muita gente filmando e se aproximando, ele pegou o jumento e saiu andando".
Polícia Civil entra no caso - Procurado pelo jornalismo da TV Pajuçara, o delegado Robervaldo Davino, da Delegacia de Crimes Ambientais e Proteção Animal, afirmou que vai instaurar inquérito policial.
"Se alguém o conhecer, ligue para o 181 e informe quem é essa pessoa. A equipe está no local fazendo os levantamentos necessários, iremos instaurar o inquérito e fazer os procedimentos que a lei nos permite. Essa Lei está tipificada na de Crimes Ambientais 9.605, de 1998. Seus artigos dizem que ele está sujeito à prisão de 3 meses a 12 meses, além de multa. Vamos fazer os procedimentos e localizá-lo, pois ele e nem ninguém que utiliza um animal para sobreviver, que é a maneira dele ganhar dinheiro e sustentar a família".
O delegado elogiou a postura da população e disse que um mal maior foi impedido. "A princípio é um animal pequeno, jovem. Iremos verificar quando ele chegar. Não existe um peso legal para um animal puxar uma carroça. Existe uma ideia de 20% do peso do animal, mas não é nada definido. O cidadão tem que ver, se fosse ele carregando 200kg, 300kg, ele teria o que ele quer do animal, a mais do que pode? Tem que haver coerência", exemplificou.
Na segunda-feira, 31, um grupo de carroceiros protestou no Centro de Maceió, bloqueando o cruzamento entre a Rua do Sol e a Avenida Moreira e Silva, próximo à Praça dos Martírios. Eles protestaram contra a apreensão de animais sob a suspeita de maus-tratos.
"Vamos marcar uma reunião com os carroceiros, por área, para conversar sobre isso. Se chegar ao nosso conhecimento, vamos tomar providência. O que ele fez é maus-tratos ao animal, tipificado na Lei dos Crimes Ambientais", frisou o delegado.
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