Polícia

Homem agrediu motorista de app porque queria beber cerveja no carro; caso vai parar na delegacia

TNH1 com TV Pajuçara | 05/01/24 - 07h41
Reprodução

O funcionário de um posto de combustíveis suspeito de agredir uma motorista de transporte por aplicativo no dia 1º de janeiro, no bairro de Serraria, foi levado à delegacia na noite dessa quinta-feira, 04, após ser encontrado no local no trabalho, no bairro do Poço, também em Maceió. O homem foi colocado na parte de trás da viatura da Polícia Militar e depois levado para a Central de Flagrantes. Ele foi liberado em seguida.

A mulher vítima de agressão denunciou a violência e gravou um vídeo para dar mais detalhes do caso (assista abaixo). Ela explicou que foi atacada pelo homem com socos no rosto e sofreu puxões de cabelo de uma mulher, que seria a esposa dele. Eles foram dois dos três passageiros que solicitaram a corrida da Serraria para o Vergel do Lago. O motivo da confusão foi o fato de os clientes não aceitarem o pedido da condutora para que não entrassem com latas de cerveja dentro do veículo. 

"Quando cheguei no local, eram dois homens e uma mulher. Eles vieram com a cerveja na mão. Na hora que entraram, eu pedi para não entrar com a cerveja no carro, e a mulher jogou a cerveja para fora. Já um homem disse que não ia jogar porque não ia perder duas cervejas. Eu falei que, por favor, para que jogasse ou que bebesse de uma vez. Eu disse que ia esperar para poder continuar a corrida, mas dentro do carro não ia poder beber", disse ao destacar que o destino final da corrida seria o bairro Vergel do Lago.

A motorista afirmou que o pedido dela não foi atendido pelo homem e a primeira agressão ocorreu dentro do veículo. "Ele se negou e na hora me deu um murro no braço dentro do carro. Eu já fui saindo do carro, e fui em direção a ele. Aí ele também saiu do carro e bateu a porta com bastante força. Eu fui para cima dele, para tentar me defender ou revidar o murro que ele tinha me dado dentro do carro. Aí eu empurrei, empurrei, empurrei, e a esposa dele veio na minha direção para separar", destacou.

"Quando ela veio, ela apontou o dedo no meu rosto, aí bati no braço dela para tirar a mão do meu rosto, e aí ela pegou no meu cabelo. Quando ela pegou, ele veio por trás e me deu vários murros no rosto. A minha sorte foi que no fim da rua, estava uma família bebendo, e a minha prima que estava lá começou a gritar, pediu por socorro, porque nem ela conseguia me defender naquela hora", continuou aos prantos.

Advogada da motorista diz que homem segue em liberdade - A advogada Valquíria Santos, que representa a motorista de app, afirmou ao TNH1 nesta manhã que o homem não ficou preso na delegacia nessa quinta, 04. Segundo ela, o suspeito estava com medo de linchamento após protesto de motoristas no posto e pediu o apoio dos militares. Ele já tinha sido autuado por lesão corporal leve após ter sido levado à delegacia três dias antes.

"Ele disse que ficou acuado e temia pela integridade física dele, o que foi negado pelo comandante da equipe da PM que também foi ontem para a delegacia. O PM disse que ele estava mentindo, que o protesto era pacífico, nenhum motorista tentou agredi-lo", disse a advogada. O TNH1 não conseguiu confirmar a informação com a Polícia Militar.

"Houve um termo de comparecimento e depois esse homem deixou a delegacia. O outro homem que assistiu a agressão vai entrar como testemunha, e a mulher que agrediu a motorista também queremos que responda pela agressão. Está sendo tratado como lesão corporal leve, mas vamos querer enquadrar como tentativa de feminicídio", completou.

A reportagem tentou contato com o delegado Antonio Carlos Machado que atendeu o caso na Central de Flagrantes, mas as ligações não foram atendidas. O TNH1 recebeu imagens do homem entrando na parte de trás da viatura em meio à manifestação. Veja a seguir:

"Minha cliente está ferida, é mãe solo, e estava trabalhando na madrugada do dia 1º. Hoje ela está com o rosto machucado, com os lábios cortados, braços com hematomas, dores nas costas... Está muito ferida", finalizou a advogada.

A reportagem deixa o espaço aberto para a manifestação de defesa dos suspeitos de agressão contra a motorista.