Hidromassagem, piscina e mais: casas de luxo no RJ eram usadas por chefes do tráfico, diz polícia

Publicado em 04/12/2024, às 08h32
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Por Extra Online

Durante a operação deflagrada pela Polícia Civil, nesta terça-feira, para cumprir 114 mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos de ligação com o Comando Vermelho (CV), no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, os policiais encontraram 23 carros roubados, além de residências de luxo, supostamente utilizadas por suspeitos de integrar do bando. Imagens feitas pelos agentes mostram que numa delas, localizada na Vila Cruzeiro, que seria usada pelo traficante Gravetinho, dos Morros Cajueiro e Congonhas, em Madureira, há piscina, cozinha americana e hidromassagem.

Já em outra residência, que seria usada pelo traficante Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, homem de confiança Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, havia salão com piso de porcelanato, cozinha americana e piscina. Uma terceira casa, que seria usada por Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, também foi localizada. Segundo a polícia, BMW foi o escolhido por Doca, que integra a cúpula da facção criminosa, para coordenar invasões em territórios com negócios irregulares explorados pela milícia e por bandos rivais. Em nome dele existem sete mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Já em nome de Urso há 24 prisões preventivas decretadas pela Justiça

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Nesta terça-feira, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse durante uma entrevista coletiva na Cidade da Polícia, no jacaré, que a inteligência da corporação identificou, entre os beneficiários de um esquema responsável por organizar roubos de veículos e de cargas, no Rio de janeiro, parentes de chefes da cúpula do CV. Ele disse que o grupo é alvo de uma investigação.

— Eles (bandidos da facção criminosa praticam esses roubos principalmente para financiar a sua "caixinha", ou seja, juntam dinheiro principalmente para a compra de armas, de munição, pagamentos e ajuda financeira para parentes de presos faccionados e parentes dos chefes. Então, é muito importante aqui que a gente dê o recado para os chefes desta facção criminosa. O escopo da (Operação) Torniquete não são só ações de repressão qualificada, não é só operação em comunidade. Nós estamos investigando e já sabemos quem são essas pessoas, que são as beneficiárias do lucro obtido com estes roubos de veículos e de cargas, principalmente parentes dos presos faccionados e os parentes desses chefes que fomentam e ordenam a prática desses roubos. Estamos fazendo nossos procedimentos de investigação 

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Só em outubro de 2024, um dos crimes citados pelo secretário, o roubo de veículos, subiu 76% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o registro de roubo de cargas teve um acréscimo de 87% no mês passado, na comparação com outubro de 2023.

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