O homem que foi preso em flagrante, nesse final de semana, após fraudar uma plataforma virtual de banco e furtar mais de R$ 300 mil, estava há pelo menos três meses ostentando o dinheiro desviado da instituição financeira, frequentando restaurantes caros e investindo em bens. A informação foi confirmada à reportagem da TV Pajuçara pelo delegado Filipe Caldas, da Delegacia Especializada em roubo a bancos, nesta terça-feira (21).
LEIA TAMBÉM
De acordo com o delegado, parte do valor levado foi recuperado, após bloqueios de bens do suspeito. Já a outra parte, uma quantia significativa do valor desviado pelo hacker, foi utilizada por ele para comprar um veículo e um apartamento.
"Parte do valor foi recuperada, e uma parte significativa foi utilizada por ele em proveitos próprios, nos últimos três meses. Ele fez a aquisição de um apartamento, de uma entrada significativa em um apartamento, comprou um carro à vista, fez procedimentos estéticos e frequentava restaurantes caros. Inclusive, no momento da prisão, ele estava deixando um restaurante conhecido aqui de Maceió", contou Caldas.
Segundo o delegado, o homem, que não teve a identidade divulgada, foi preso em flagrante e acabou confessando o crime.
"Inicialmente, durante o interrogatório, ele negou o golpe. Porém, ao longo do depoimento, diante de algumas perguntas, ele acabou confessando o crime. Ele foi preso em flagrante e pode responder por furto qualificado, mediante fraude cometida por meio cibernético. A pena pra esse tipo de crime é de 4 a 8 anos de reclusão, mas, no caso dele, essa pena pode ser atenuada pela quantidade de vezes que praticou o golpe", completou.
O golpe - De acordo com as investigações, o hacker foi descoberto após a instituição financeira suspeitar da fraude e entrar em contato com a Polícia Civil.
"Ele foi descoberto após fazer fraudes em valores superiores à 50 mil reais. Neste momento, a instituição financeira começou a observar o tipo de conduta e nos alertou nesta última sexta-feira. Nenhum correntista foi lesado. Foi uma falha identificada no sistema que gerou essa fraude e apenas a instituição financeira teve prejuízo. Uma parte significativa desse valor foi recuperada, foi bloqueada nas contas do suspeito", disse o delegado Filipe Caldas, que está à frente do inquérito.
Filipe Caldas explicou que o suspeito descobriu uma falha no sistema do banco e estava simulando transações para obter, de forma fictícia, o estorno do dinheiro.
"Ele simulava transações para obter, de forma fictícia, o estorno do dinheiro. Era uma operação fictícia que era cancelada e que gerava um crédito na conta dele. Assim que esse crédito caia em conta, ele realizava transferências bancárias via-TED e Pix para outras contas que ele possuía. Ele tinha pelo menos oito contas digitais", contou Caldas.