Há exato um mês decreto do governo do estado liberava os alagoanos do uso obrigatório de máscaras de proteção em ambientes externos. Com isso, salvo algumas exceções, o cidadão pode, de forma facultativa, circular sem um dos principais instrumentos de combate ao novo coronavírus.
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Os números de novos casos oscilam, com dias em o Boletim da Secretaria de Saúde registra índices mais altos de contaminação, a dias com redução drástica. Com isso, as autoridades sanitárias não aconselham um comparativo com o período anterior ao decreto. Em 15 de março, o Boletim da Sesau registrava 69 novos casos de Covid-19. Nessa quarta-feira, 14, tivemos 51 novos casos.
O TNH1 foi às ruas para saber como a população tem se comportado diante de uma determinação que deixa para o livre arbítrio a decisão de usar ou não máscara em locais abertos.
No Centro, onde, em média, 10 mil pessoas circulam diariamente, o uso de máscaras de proteção ainda divide opiniões, como é possível ver no vídeo registrado pelo TNH1. Assista:
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Usar ou não usar máscara: com a palavra, os maceioenses
Fernanda Ferreira trabalha no Centro e diz ter seguido todas as orientações até tirar a máscara. "Confesso que não gosto, me sinto sufocada, mas usei até que fomos liberados, mas para isso tomei cuidados, tomei as doses da vacina e se tiver tossindo, por exemplo, vou usar novamente, mas não é isso que vemos aqui nas ruas", disse."Ainda bem que foi liberado, eu mesma não aguentava mais usar", acrescenta Nalyan Lorranny Souza, amiga de Fernanda.
Já a empreendedora Sonia Bernardo, que foi ao Centro na companhia do filho, Givaldo, disse ainda não se sentir à vontade para retirar a proteção. "Fico sem máscaras somente em casa, em ambientes abertos, ventilados e de pouca movimentação. No caso de um ônibus, aqui no centro que tem muita gente estranha circulando, não abro mão de usar a máscara", afirmou.
Opiniões se dividem nas ruas (Fernanda deixou de usar e Sônia ainda não se sente segura). No transporte coletivo,, os dois comportamentos dividem o mesmo espaço. (Imagens: TNH').
Fernanda Ferreira e Sônia Bernardo com o filho Givaldo: opiniões diferentes para o uso de máscara.
Venda de máscaras: queda brusca nas vendas - vendedor ambulante, Pedro Alves dos Santos, conta que percebeu a venda de máscaras diminuindo muito antes da flexibilização.
“Eu vendia muito no começo da pandemia. No primeiro ano todo mundo estava usando, mas depois as pessoas foram relaxando. Ainda tenho as máscaras que estavam em estoque, mas tem dias que só vendo uma e nos dias bons, de muito movimento, no máximo três”, disse.
Ganha-pão de muita gente durante a pandemia, as máscaras tiveram queda drástica nas vendas.
LUGARES FECHADOS - Instituições como a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) mantém regulamentação própria, seguindo protocolo instituído para volta às aulas presenciais divulgado em fevereiro. Além da obrigatoriedade do uso de máscara, é necessária a comprovação de esquema vacinal completo contra o coronavírus. Um outra medida foi remover bebedores de água para evitar contaminação. No restaurante universitário, as refeições estão sendo ofertadas na modalidade pague e leve. Os Os universitários precisam levar sues próprios talheres.
Quanto ao uso de máscara, estudantes entrevistados pelo TNH1 dizem que, a obrigatoriedade do uso de máscara é mais intensa nas salas de aula. "Nas salas, os professores realmente cobram, mas fora a gente ver muita gente circulando sem máscara", disse Luan Carlos, estudante de Ciências Contábeis.
Ufal: uso de máscara ainda obrigatório (foto: Cortesia)
Fiocruz diz que fim do uso das máscaras é prematuro
Apesar da ansiedade de boa parte da população em abandonar esse tipo de proteção, boletim epidemiológico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado no último dia 11, indicou que ainda é cedo para iniciar a flexibilização do uso de máscara no Brasil. Para a entidade sanitária, combinar o fim da proteção e encerrar medidas de distanciamento social podem ser um problema enquanto a cobertura vacinal não for completa.
A Fiocruz acredita que o uso da máscara pode ajudar a cobrir problemas gerados pela falta de vacinação da população – estados do Norte como Amapá, Roraima e Acre apresentam os menores índices de aplicação das doses vacinais no País (59,74%, 62,01% e 67,99%, respectivamente).
“A vacinação por si só não é suficiente para controlar a pandemia e prevenir mortes e sofrimento, é fundamental que se mantenha um conjunto de medidas combinadas até que o patamar adequado de cobertura vacinal da população alvo seja alcançado”, apontou o novo boletim da Fiocruz.
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