Gustavo Pessoa priorizará transporte público e educação

Publicado em 13/09/2016, às 16h37

Por Redação

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio AL), dando continuidade a Série de Entrevistas com os postulantes à Prefeitura Municipal de Maceió, sabatinou na manhã desta terça (13/09), o candidato Gustavo Pessoa (PSOL). Com o apoio do Senac, a entidade iniciou as entrevistas na última segunda-feira. Amanhã (14/09), participarão os candidatos Rui Palmeira (PSDB), às 9h15; e JHC (PSB), às 10h45, no auditório do Senac Poço.

Antes da sabatina, Pessoa recebeu do presidente da Fecomércio, Wilton Malta, um exemplar da “Agenda Municipal – Compromisso com o Comércio da sua cidade”. A publicação, que está sendo entregue a todos os candidatos participantes, propõe medidas de valorização do comércio. Segundo Pessoa, a cartilha irá agregar ideias ao seu plano de governo com foco numa cidade mais aberta ao empreendedorismo.

O candidato defende que a geração de emprego é responsabilidade da iniciativa privada, mas cabe ao Estado oferecer a infraestrutura adequada de forma a estimular os investimentos empresariais. Para ele, que disse conhecer de perto as dificuldades dos empreendedores, pois já atuou como um no ramo de celulares, antes de se discutir a política fiscal é preciso trabalhar outros problemas, a exemplo das questões estruturais e da baixa qualidade de mão de obra. “Como estimular uma política fiscal mais justa e tributária? Dando condições para que as pequenas e médias empresas desenvolvam seu trabalho. Vemos pela cidade muitas dessas empresas, a exemplo dos foods truck e das produções artesanais. É esse empreendedorismo individual que eleva o desenvolvimento da cidade. Mas para estimulá-lo, é preciso estabelecer um diálogo com o governo do Estado e eliminar os gargalos na infraestrutura”, avaliou.

Ainda sobre a carga tributária, Pessoa disse que quem afirmar que irá promover a desoneração fiscal pode acabar se complicando, pois o momento é de restrição econômica, mas isso não impede a abertura de um diálogo em busca de uma solução conjunta. “Para tratar a política de desoneração fiscal e discutir a diminuição tributária em época de queda de arrecadação será preciso o governo discutir com os investidores de forma a achar uma política mais justa. Espere um gestor que esteja aberto ao diálogo, algo tão importante numa cidade que tem como espinha dorsal o desenvolvimento o comércio. Diálogo com alguém que esteja disposto a sentar e mostrar a quem quer empreender a realidade fiscal do município”, analisou.

O candidato lamentou o fato de Maceió não explorar seu potencial turístico e sua vasta cultura. “A dependência da cidade não pode ser apenas pelo comércio. Maceió é uma cidade turística com grande potencial, mas vendemos tão somente as belezas naturais. Temos um diversidade cultural e um patrimônio histórico imaterial que não é explorado”, afirmou, acrescentando grandes vultos alagoanos, a exemplo do escritor Graciliano Ramos.

Sobre a segurança pública, Pessoa disse que a insegurança é reflexo da situação de vulnerabilidade social e da imigração do interior para a capital. E, apesar de Maceió concentrar metade da riqueza produzida, isso não é suficiente para atender a demanda local, repercutindo no aumento da violência. “Tenho a compreensão de que a gente pode dialogar a partir da raiz. A origem da violência está nas questões sociais. A situação de segurança está cada vez mais alarmante. Será preciso atribuir novas competências à guarda municipal. Requalificar, capacitar e ampliar a guarda; fazer um diálogo mais intenso e sistemático com o aparato policial, fazendo com que as comunidades tenham uma atuação mais efetiva”, asseverou. Para Pessoa, a criação de um aplicativo de forma a aproximar a guarda municipal e os agentes repressivos do Estado é um dos caminhos para um combate mais efetivo da criminalidade.

Quando questionado sobre seu projetos para otimizar a mobilidade urbana, Pessoa afirmou que o transporte público será prioridade em sua gestão, área que avaliou com poucos avanços. Segundo o candidato, o atual processo licitatório tem os mesmos problemas dos anteriores e os gestores públicos se acomodaram no discurso da crise como forma de se eximirem de suas responsabilidades. O candidato pretende dobrar a atual malha cicloviária. "Essas pessoas são obrigadas a se deslocar em espaços extremamente estreitos e em ciclovias curtas. Maceió tem entre 40 e 50 Km de ciclovia e eu assumi o compromisso de dobrar a malha cicloviária nos quatro anos de gestão. Deixar essa cidade com 100 quilômetros de ciclovias bem estruturadas, otimizando a chegada das pessoas ao trabalho e lazer”, afirmou.

O candidato disse que, atualmente, o VLT é uma alternativa inviável. “Se entre 2008 a 2010 quando tínhamos a economia crescente não se investiu em VLT, é agora na crise que irá fazer?”, questionou. Mas complementou dizendo que é possível encontrar alternativas para otimizar o tráfego, a exemplo da criação de dois troncais nas avenidas Fernandes Lima e Menino Marcelo, além da criação de terminais integrados.

Em relação à saúde, o candidato levantou a necessidade de melhorar o saneamento e o descarte de lixo urbano como forma de potencializar essa assistência. “Maceió podia reciclar cerca de 40 % do lixo produzido, mas só recicla 2%. Grande parte desse material, se aproveitado, poderia gerar renda para as famílias. Cuidar dessas questões é cuidar da saúde. Depois, é preciso melhorar qualidade do atendimento. Revitalizar o PSF é fundamental para colocar em prática programas essenciais, como o atendimento idoso”, pontuou. Pessoa ainda criticou a necessidade de o usuário madrugar para poder ter acesso a marcações de consultas e atendimento, o que poderia ser evitado com recursos como aplicativos.

Sobre o Centro da capital, o candidato considera que é preciso reestruturar o espaço dando conforto ao consumidor. Da mesma forma, a revitalização do Mercado Público, transformando-o num ambiente também em ponto turístico e gastronômico, o que envolveria saneamento e reestruturação do espaço. No tocante ao saneamento, Pessoa falou que apenas 30% da capital possui o esgotamento sanitário. Por isso, pretende estabelecer parcerias com os governos estadual e federal “para estender o esgotamento para, no mínimo, 60 a 70% da população e oferecer qualidade de vida”.

Em relação à educação, Pessoa lamentou a alta taxa de analfabetismo e os consequentes indicadores sociais baixos. “Percebo que muitos jovens e adultos permanecem analfabetos porque não veem a educação hoje como objeto de transformação social. Mas não podemos desistir nunca de nossa gente. As escolas devem formar seres humanos e não máquinas”, disse. Para ele, é preciso trabalhar uma educação completa que possa resgatar as pessoas dos crimes e da margem da sociedade.

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