O grampo telefônico que mostrou a presidente Dilma Rousseff avisando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que enviaria a ele o termo de posse foi realizado após o juiz Sérgio Moro ordenar a suspensão das interceptações telefônicos.
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De acordo com documentos tornados públicos pela Justiça nesta quarta-feira (16), o juiz Sérgio Moro havia ordenado, às 11h12, que a Polícia Federal suspendesse o grampo.
“Tendo sido deflagradas diligências ostensivas de busca e apreensão [...], não vislumbro mais razão para a continuidade da interceptação. Assim, determino a sua interrupção”, afirma o despacho de Moro.
Às 11h44, a funcionária da Justiça responsável por notificar a Polícia Federal afirma que ter avisado as autoridades sobre a ordem de Moro. “Certifico que intimei por telefone o Delegado de Polícia Federal, Dr. Luciano Flores de Lima, a respeito da decisão”, atesta Flavia Cecilia Maceno Blanco.
A gravação em que Dilma conversa com Lula, no entanto, ocorreu, segundo os documentos, cerca de duas horas depois: às 13h32 desta quarta-feira (16).
Em notam a PF afirmou: "1 – A interrupção de interceptações telefônicas é realizada pelas próprias empresas de telefonia móvel; 2 – Após o recebimento de notificação da decisão judicial, a PF imediatamente comunicou a companhia telefônica; 3 – Até o cumprimento da decisão judicial pela companhia telefônica, foram interceptadas algumas ligações; 4 – Encerrado efetivamente o sinal pela companhia, foi elaborado o respectivo relatório e encaminhado ao juízo competente, a quem cabe decidir sobre a sua utilização no processo."