O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira (10) que o governo estuda leiloar, já em 2020, blocos para exploração de petróleo localizador além dos limites das 200 milhas náuticas estabelecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas) como sua plataforma continental.
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Estudos geológicos apontam a existência de reservas do pré-sal nesta região, o que levou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a sugerir a oferta em leilões de áreas mais distantes da costa. Atualmente, o Brasil vem licitando blocos bem próximos ao limite nas bacias de Campos e Santos.
"O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) estudará para leilão a partir do próximo ano áreas além das 200 milhas náuticas", disse o ministro, em discurso antes da abertura da 16ª rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo no país, no Rio.
O ministro de referiu à região como "espelho sei pré-sal", com base em estudos que indicam que, para além das 200 milhas, há formações geológicas semelhantes às que contém hoje às maiores reservas de petróleo do país.
O Brasil tenta na ONU, desde 2004, expandir esses limites e, embora o pleito ainda não tenha sido totalmente atendido, a exploração e produção de petróleo na região na frente da Bacia de Santos já foi autorizada. O grupo que acompanha o tema na ONU diz ser desejável que a área seja ocupada.
Análise feita pelo geólogo Pedro Zalan, com base em pesquisa do solo feita pela empresa Spectrum Geo estima que, por analogia, as estruturas poderiam conter entre 20 e 30 bilhões de barris de petróleo e gás em recursos prospectivos (termo que define recursos ainda não encontrados).
No pré-sal já conhecido a estimativa é que os recursos prospectivos somem 40 bilhões de barris. A expectativa, porém, ainda embute grande risco, já que é feita com base em pesquisa sísmica -espécie de ultrassonografia do subsolo. A sísmica é a primeira etapa na exploração de petróleo.
No leilão desta quinta-feira, a ANP lícita 36 blocos fora dos limites do pré-sal. Sete deles estão sob questionamento judicial, por estarem próximos à área de conservação natural de Abrolhos, no litoral sul da Bahia.
Durante a abertura do leilão, o diretor-geral da agência, Décio Oddone, disse confiar que a atividade na área seja segura. "O Estado brasileiro é responsável, a ANP é responsável e só colocamos para leilão áreas que acreditamos que tenham condições", disse.
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