Em 7 de Fevereiro de 2024 às 13:55
Como era de se esperar, o Palácio do Planalto começa a avaliar estratégias para aprovar matérias do seu interesse na Câmara dos Deputados, depois de manifestações fortes do presidente da casa, Arthur Lira (PP/AL), na abertura do ano legislativo.
Ainda há certa tolerância para negociações com Lira, porém existe a possibilidade de o governo do presidente Lula (PT) passar a tratar diretamente dos seus interesses junto à sua base parlamentar, como explica o jornalista Valdo Cruz em “O Globo”:
“Apesar do tom classificado como agressivo do discurso de Arthur Lira (PP/AL) na reabertura dos trabalhos do Legislativo, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acertou que não vai contribuir para o clima piorar entre os dois lados, e deseja reabrir as negociações com o presidente da Câmara dos Deputados.
Porém, se ele insistir no tom de guerra, assessores de Lula afirmam que o governo vai negociar diretamente com os líderes da base aliada na Câmara.
Na hipótese de Arthur Lira conseguir convencer os líderes a não negociarem com o Palácio do Planalto, o governo conta com a pressão de empresários para que a agenda da pauta econômica não fique paralisada entre os deputados.
Publicamente, líderes da base aliada não criticaram e elogiaram a fala do presidente da Câmara, mas reservadamente, alguns deles reconheceram para assessores de Lula que Lira errou no tom do discurso, gerando um mal-estar além do recomendável com o Palácio do Planalto.
Assessores do presidente da República disseram ao blog que Arthur Lira contribuiu mais para fechar portas do que abrir.
E que o Palácio do Planalto não vai jogar lenha na fogueira. Vai esperar sinais do presidente da Câmara para baixar as armas, a fim de que sejam retomadas as negociações entre os dois lados.
Lula não acompanhou o discurso de Arthur Lira, mas foi informado por sua equipe do tom e não gostou nem um pouco.”