Contextualizando

Governo ignora inflação e renega culpa sobre crise

Em 8 de Abril de 2025 às 18:00

Por Redação

Jornalista Carlos Andreazza:

“Lula discursou no evento de celebração dos dois anos de seu Dilma III. Foi no dia seguinte à divulgação de mais uma pesquisa captadora da impopularidade – espalhada e insistente – do presidente. O mote do triste sarau: o ‘Brasil dando a volta por cima’. Mais exato seria: o governo tentando dar a volta por cima. Está ora por baixo. Por baixo e por fora. Um perigo.

Fora da realidade. Donde não haver Lula falado em inflação. Nem sequer uma vez. A inflação – espalhada e insistente – não existiu. Não no louvor. O país está ‘no rumo certo’ – o que ouvimos. Um Brasil menos desigual; o seu povo com renda crescente num país que cresce – essa mesma renda que é comida pela carestia produzida sob a sustentação artificial do voo de galinha em que consiste o crescimento econômico brasileiro.

O Brasil que dá a volta por cima é – de slogan em slogan – o Brasil que é dos brasileiros. País que não abaixa a cabeça para os EUA e que protege o seu trabalhador. A oposição de natureza patriótica a Trump, tendo o tarifaço por gancho, até faz sentido politicamente. A questão, no mundo real, sendo se o brasileiro, o que pisa na rua, sente que o Brasil é seu.

O país que não abaixa a cabeça tampouco protege o seu trabalhador – o cara que sai de casa sem saber se chegará ao mercado, lá onde verá o seu dinheiro desaparecer. O cara que não sabe se chegará com grana ao mercado, onde, chegando, verá minguar a sua grana – sem poder comprar pedaço de alcatra. O Brasil é de Brasília e do crime organizado.

Inflação ignorada por Lula no palanque, quiçá por causa da picanha ausente. Uma injustiça. Fala tanto em colher o que plantou. O governo dele é criador da bicha e enfrenta a impopularidade dobrando a aposta em medidas inflacionárias. O presidente, a propósito, exaltou a TV 3.0, a do futuro, cujos componentes o brasileiro talvez consiga comprar pegando ‘o empréstimo do Lula’, aquele, com juros baixos, garantido pelo FGTS – fundo que é do brasileiro, que rende porcamente, e que o brasileiro não pode usar como e quando quiser.

E a segurança pública? O ministro da Justiça é Lewandowski. Aqui deveria deitar o ponto final. Estamos em 2025, as pessoas não conseguem escolher o provedor da internet que terão em casa, porque o traficante-miliciano não deixa, e o governo Lula ora combatendo o crime – que baixa barricada na avenida Brasil – por meio da atualização do programa Celular Seguro.

Nesse ‘me engana que eu gosto’ contida a comunicação de que segurança pública não é responsabilidade do governo federal, como se drogas e armas fossem produzidas no Rio de Janeiro ou em São Paulo – como se houvesse algum controle das fronteiras, por onde PCC e CV, nossas multinacionais de maior sucesso, transitam livremente.

Segurança pública e inflação. Dois mil e vinte seis será.”

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