As receitas dos clubes de futebol brasileiros atingiram em 2023 a marca de R$ 9 bilhões, alcançando um recorde, segundo dados da Sports Value, especialista em análises financeiras e marketing esportivo, crescendo 20% em relação a 2022.
Entre os 20 clubes com maiores faturamentos em nível nacional estão três do Nordeste: Fortaleza, Bahia e Ceará, evidenciando a ascensão do mercado nordestino no cenário nacional.
O Fortaleza obteve receita de R$ 258,5 milhões; o Bahia, com crescimento de 77%, atingiu uma receita de R$ 176 milhões; o Ceará teve 24% em suas receitas, mas alcançou a expressiva receita de R$ 132,1 milhões.
Segundo a Sports Value, esse crescimento foi impulsionado por diversos fatores, a saber: aumento de 25% nos valores gerados pelas transferências de jogadores: receitas de marketing, que cresceram 22%; recursos de bilheteria e estádios, com alta de 33%.
Em cenário adverso, o futebol alagoano patina em termos de geração de receita para os seus clubes, que neste ano tem o CRB na Série B do Campeonato Brasileiro, o CSA na Série C e ASA e CSE disputando a Série D.
Em temos de arrecadação, o CRB, por exemplo, que é o clube com maior número de participações na Série B, está bem distante dessa realidade vivida pelos principais protagonistas do futebol brasileiro.
Tricampeão alagoano, semifinalista da Copa do Nordeste e ainda invicto no Brasileiro, não tem seu bom desempenho em campo correspondido pela torcida.
O seu programa Sócio Torcedor tem uma das mais baixas adesões dentre os clubes de mesmo patamar na conjuntura do futebol nacional e a torcida, para piorar a situação, não comparece ao Trapichão com a intensidade que se faria necessária pelos bons resultados alcançados pelo clube.
Nesta sexta-feira (10), por exemplo, apenas 2.845 torcedores pagaram ingresso para assistir à vitória de 2×0 sobre a Chapecoense, gerando um prejuízo de R$ 33.757,47.
Sem sucesso no programa Sócio Torcedor e sem a torcida se fazer presente no estádio, resta ao CRB sobreviver com a receita obtida com patrocinadores, que tem permitido o pagamento das obrigações financeiras em dia, mas é insuficiente para investir no elenco conforme exige (e muito) o seu torcedor.
Por causa desse desinteresse da torcida em participar mais ativamente, o CRB voltar à 1a Divisão do Brasileiro continua a ser apenas um sonho.