Uma série de fotos apresentadas pelo site Science of Dogs mostra como nossa predileção e seleção artificial de certas características dos cães mudaram completamente a forma física desses animais. A ideia da amostragem foi nos revelar como as raças mudaram com o tempo de forma como não haviam mudado antigamente.
LEIA TAMBÉM
Não dá para dizer que essas mudanças foram exatamente benéficas, uma vez que tornaram as raças "puras demais" e acentuaram defeitos genéticos que causam problemas sérios de saúde.
(Na foto, um bull terrier há 100 anos...)
"Hoje muitas raças são altamente puras e possuem uma extraordinária variedade de defeitos genéticos, que trazem consequências: defeitos que vão desde problemas anatômicos, como a displasia da anca, que causam sofrimento crônico, além de danificar a imunidade e ocasionar perda de resistência a doenças fatais como o câncer", afirma James A. Serpell, especialista em medicina e ética animal da Universidade da Pensilvânia.
... e um bull terrier de hoje, que possui essas características muito por ter sido usado em rinhas de cães).
Parte da culpa recai em nossa cultura industrial, que passou a encarar os animais como produtos e aprimorou técnicas para vender mais cachorros.
(Na imagem, um basset das antigas)
Com o crescimento de sociedades urbanas, principalmente na Europa na época da Revolução Industrial, animais deixaram de morar em fazendas e se tornaram animais de estimação, tinham que ser bonitos para ser exibidos
(Esse é um basset como ele é hoje)
Veja por exemplo o boxer, que era assim há mais ou menos 100 anos, quando cães começaram a ser vendidos por raça. Na época ele era utilizado como uma espécie de vigilante de matadouros e não um cachorro de estimação apenas.
E hoje ele é assim, com focinho mais curto e boca maior, o que é um um grande problema para manter o corpo na temperatura correta.
O São Bernardo de tempos atrás também mudou bastante. Muito utilizado no século XI (!!) para resgatar pessoas perdidas na neve, ele sofreu para se adaptar.
Hoje o São é bem maior e com o crânio mais largo, o que gera diversos problemas de temperatura (por ser um cão para temperaturas frias), problemas oculares e ósseos.
Parte do problema a geografia da origem desses animais. Muitos deles hoje vivem em locais bem diferentes dos que viviam quando foram criados e cruzados
(Na foto, um Dachshund, o famoso "salsicha, que tinha pernas maiores e um pescoço mais proporcional)
Sair de seu habitat clássico gera uma série de problemas de adaptação ao ambiente, além de ocasionar doenças e outros males a esses animais
(Hoje eles possuem um tamanho menor e um pescoço maior, o que é a razão de uma série de problemas nas costas e dificuldades de respirar)
A domesticação de cães começou em idades muito mais antigas que as imaginadas anteriormente, ainda em idades do gelo, utilizados para caça e agricultura
(Na foto, um pug atual, bastante diferente anatomicamente que a espécie anterior)
Hoje a relação entre esses animais e humanos é quase sempre de estima entre humanos e animais
(Olha como o pug era diferente anteriormente, com pernas maiores e menos pele na cara)
Até o pastor alemão, um dos mais famosos e adaptados cães, também passou por diversas mudanças. Os especialistas concluem que todas essas mudanças genéticas são agressivas aos animais e diminuem a longevidade deles.
LEIA MAIS
+Lidas