Folclore e intrigas políticas são matéria-prima de trilogia de livros de autor alagoano

Publicado em 26/06/2019, às 17h28
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Por Redação

O escritor Arthur Cavalcante cria mundos de fantasia com base na cultura nacional. E seu livro Mestre de Guerreiro: entre a coroa e a flecha prova que a união entre folclore, intrigas políticas e narrativas complexas pode agradar aos fãs mais ávidos do gênero.

Todo o universo, personagens e conflitos são baseados no Auto de Guerreiros, manifestação folclórica mais importante do estado onde Arthur Cavalcante nasceu – Alagoas.

No livro, acompanhamos o personagem Simão, filho do Mestre de Guerreiro e que sonha entrar no maior grupo dedicado à proteção do reino: a Hierarquia. Com a morte da mãe, o pai o desilude desse propósito e vinte anos depois, Simão ainda guarda consigo a mágoa e o desprezo. Com o líder indígena planejando o ataque ao Reino de Guerreiros, Simão presencia o assassinato do pai e assume o posto de Mestre em seu lugar. E precisa lidar com a tentativa de golpe contra o governo.

Em sua inexperiência, Simão deve conciliar duas frentes de batalha: contra o Reino de Peri, comandado por Adhemar, e contra os Afoitos e Crédulos que desestabilizam a Hierarquia. Carregando a responsabilidade de ser o novo Mestre de Guerreiro, Simão precisa entender que o futuro de milhares de pessoas requer o sacrifício que ele mais teme: se tornar exatamente como seu falecido pai.

Foram cinco anos desde a ideia inicial à obra finalizada. O tempo se justifica: há um profundo estudo das expressões regionais e uso constante do Tupi Antigo, língua indígena já extinta no Brasil.

O autor acredita que é por meio do incentivo ao imaginário contemporâneo que resgatamos a cultura popular. “Temos diversas narrativas em grandes livros, séries e filmes que são importadas pelo Brasil. O público jovem-adulto está ávido por histórias que unam batalhas, alianças e traições políticas, juntamente com enredo complexo. E o Auto de Guerreiros é um prato cheio”, afirma.

Também existe o incentivo às novas gerações e ao resto do país a redescobrir a cultura popular. “Os Mestres de Guerreiro estão morrendo. Reclamam que ninguém quer substituí-los. Dizem que os mais jovens têm vergonha, como se o Auto de Guerreiros fosse algo menor. Meu livro tem o objetivo de mostrar o quão esse pensamento é equivocado”.

Mestre de Guerreiro: entre a coroa e a flecha é o primeiro volume de uma trilogia, provando que há material de sobra para a criação de novos universos fantásticos. Para o autor, Alagoas é o estado com dezenas de folguedos à espera de grandes sagas a serem escritas.

Professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Arthur Cavalcante atualmente faz doutorado em Escrita Criativa, na PUC-RS. Seu projeto de romance traz novamente o Auto de Guerreiros como pano de fundo. “É uma forma de criarmos uma ponte entre a cultura nordestina e o outro lado do país”, explica.

Para mais detalhes, bastidores do livro e outras obras do autor, acesse o Instagram: @arthur_escritor.

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