Morreu nessa quinta-feira, 21, Elenilma Silvestre de Souza, de 42 anos, uma das vítimas de envenenamento em uma residência no Flexal de Cima, no bairro de Bebedouro, em Maceió. Ela estava internada desde o dia 31 de outubro no Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra, mesma data em que a mãe dela, Maria de Jesus Souza, 63, faleceu pelo mesmo motivo.
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A suspeita é que a mãe tenha provocado os envenenamentos. Dona Maria foi encontrada sem vida por familiares no sofá da casa, no fim da tarde daquele dia 31. A filha ainda chegou a ser socorrida em estado grave ao HGE, mas faleceu quase um mês depois.
Dona Pureza, como era conhecida Maria de Jesus, deixou uma carta na residência, onde lamentava a situação de isolamento do bairro, que é um dos atingidos pelo afundamento do solo por conta da mineração de sal-gema na capital alagoana. “Estou cada vez mais depressiva em saber que vou ficar nesse isolamento para sempre”.
O Instituto Médico Legal confirmou que mãe e filha morreram em decorrência de envenenamento. Elenilma, segundo vizinhos, sofria de problemas psiquiátricos. O corpo dela deu entrada no IML às 11h30 dessa quinta-feira, 21.
Isolamento do bairro - Moradores do Flexal dizem estar isolados socialmente e sem direito à indenização. O defensor público Ricardo Melro, que esteve com a idosa no sábado, 26 de outubro, em visita aos Flexais, disse que ficou em choque com a notícia. Maria de Jesus, inclusive, tinha dado entrevista à TV Pajuçara naquela semana, em reportagem sobre uma determinação do Conselho Nacional de Justiça para que fosse realizada uma nova perícia para uma possível realocação dos moradores dos Flexais.
Na ocasião em que foi noticiada a morte de Dona Maria, a Braskem, responsável pela extração de minério da região, informou em nota que estava ciente da tragédia ocorrida no Flexal, e que tem mantido um serviço de apoio psicológico aos moradores do bairro, no Espaço Flexal, localizado na rua Tobias Barreto.