Ainda que sua relevância venha sendo redimensionada, os Estaduais seguem com função importante. São seus jogos que matam a saudade do torcedor após o período de férias e de pré-temporada dos clubes. Mas, no caso dos flamenguistas, 2024 começará de forma inusitada. Os rubro-negros do Rio só terão essa oportunidade após os de Manaus, de João Pessoa, de Natal, de Belém e até os da Flórida, nos EUA. O Flamengo fará uma espécie de tour antes de jogar em sua própria cidade, o que acontecerá só em fevereiro.
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Os quatro primeiros jogos do Flamengo pelo Carioca serão fora do Rio. A estreia, contra o Audax, será na Arena da Amazônia. Depois, enfrenta o Nova Iguaçu no Almeidão, em João Pessoa; a Portuguesa na Arena das Dunas e o Sampaio Correa no Mangueirão. Há ainda um amistoso com o Orlando City, marcado para o dia 27, o mesmo do confronto com a Portuguesa, que será jogado com o time sub-20.
Estas viagens resolvem a impossibilidade do clube atuar no Maracanã. Depois do Jogo das Estrelas, no último dia 27, foi iniciado um processo de tratamento no gramado que deixará o estádio fechado em janeiro.
Mas os interesses vão além. A diretoria vê nestes jogos do Carioca, onde a exigência técnica é menor, uma chance de fazer dinheiro e de estreitar laços com torcedores de outros estados. O próprio presidente Rodolfo Landim admitiu no fim do ano passado, durante a reunião do Conselho Arbitral do Carioca.
— Temos ideia de levar jogos do Flamengo para duas cidades. Uma delas é Belém. Já conversei com o governador do Pará. Manaus é outra — disse Landim na época, justificando esta segunda escolha. — Para vocês terem ideia, o Amazonas é o quarto estado que mais coloca gente no Maracanã em alguns jogos. Só perde para Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Pelas nossas pesquisas, mais de 50% da população de Manaus torce para o Flamengo.
Os adversários também saem satisfeitos. Pelas regras do Carioca, que não limita mais a venda de jogos, os clubes pequenos têm que receber ao menos 20% da renda. Nestes casos, costuma-se pagar um valor fechado aos times, e o dinheiro da bilheteria e de outras receitas fica com o organizador da partida.
O Flamengo, por ser a grande atração, recebe parcela mais gorda mesmo nos confrontos em que é visitante. Mas o dinheiro a ser pago aos pequenos é maior do que o que faturariam se recebessem o rubro-negro em casa.
— No caso da Portuguesa é um pouco diferente. O Luso-Brasileiro está em obra de expansão. Teríamos dificuldade com esses jogos grandes, não poderíamos receber a capacidade máxima. E queríamos fazer essa receita. Então os interesses casaram — afirmou Marcelo Barros, presidente da Portuguesa, que foi procurada pela produtora do ex-jogador Roni com a proposta de levar a partida com o rubro-negro para Natal.
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