Fernandes demonstra intenção de renovar, mas aguarda eleição no CRB: "Respeitar a hierarquia"

Publicado em 27/11/2018, às 16h59
Pei Fon / Portal TNH1
Pei Fon / Portal TNH1

Por Paulo Victor Malta

O técnico Roberto Fernandes comemorou no último sábado (24) a permanência do CRB na Série B do Campeonato Brasileiro. Com bons números à frente do clube, o treinador demonstrou a intenção em permanecer para a temporada 2019, mas lembrou que antes é preciso aguardar a eleição da nova diretoria executiva, que vai acontecer no final deste ano. 

"Sem querer me esquivar das perguntas, tem que respeitar a hierarquia. A minha vontade não é soberana. A vontade soberana é de quem de fato contrata e demite. Eu tenho planejamento. Tenho certeza que o CRB é um clube onde qualquer profissional quer trabalhar, porque oferece uma condição de trabalho, que claro, precisa de ajustes, não adianta a gente pensar que tem a melhor estrutura do mundo, que não é assim, mas a gente tem uma condição de trabalho boa. Tem uma condição de trabalho que dá uma capacidade ao profissional de buscar, através de trabalho, resultado". 

"É um clube que honra com os seus compromissos. Isso é super importante. Você ver um elenco desse do Figueirense terminando a competição na parte bem abaixo da tabela. E aí você vai ver algumas razões, tem três meses de salários atrasados. Isso não cabe mais no futebol. O CRB é um clube que qualquer treinador deseja iniciar um planejamento e deseja iniciar um projeto. Tem calendário cheio, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Campeonato Estadual, Série B na próxima temporada. Óbvio que, não só eu, como grande parte dos profissionais têm o desejo de treinar o CRB. Ponto. A partir daí, não dá para falar mais em termos de suposição, temos que ter definição", completou. 

Roberto Fernandes chegou ao CRB dia 17 de setembro e assumiu o clube na 17ª posição, com 29 pontos. O primeiro jogo foi o empate com o Coritiba na 28ª rodada. O técnico comandou o Galo em 11 partidas, conquistou cinco vitórias (Goiás, Boa Esporte, Juventude, Londrina e Figueirense), quatro empates (Coritiba, CSA, Paysandu e Criciúma) e perdeu duas vezes (Ponte Preta e São Bento). Foram 19 pontos somados em 33 disputados, resultando em 57,5% de aproveitamento, encerrando a Série B com 48 pontos, na 12ª colocação. O ataque marcou 15 gols e a defesa foi vazada em 10 ocasiões.  

Veja outros trechos da entrevista.

Permanência na Série B

"Permanência importantíssima para o futebol alagoano, para o CRB e para a gente. Se nós avaliarmos as últimas 10 rodadas do CRB, o CRB estaria entre os quatro primeiros colocados. Saímos da zona de rebaixamento para terminar em 12º na competição. Acho que os números por si só falam". 

"Isso é muito fruto da dedicação dos atletas. Como eu falei na chegada, não tinha contratação. A grande mudança foi de atitude. Os atletas compraram a ideia e a gente conseguiu um aproveitamento muito bom, aproveitamento de G-4, beirou os 60%. Feliz com o objetivo alcançado. Como sempre gosto de dizer, missão dada, missão cumprida". 

Agradecimentos

"Antes de falar dos jogadores, falar sobretudo da retaguarda. Nós temos uma comissão técnica, leia-se funcionários, que esses caras trabalham por 10. Você pegar o Claudinho, pegar o Assis, em especial o Lima Verde. Caramba, o trabalho que o Lima faz nos bastidores... Estou há 18 anos nessa brincadeira e tu fala em qualquer clube, tem pelo menos três, quatro pessoas para fazer a função do Lima. É um cara que nessa hora a gente precisa lembrar porque são pessoas que se doam pra caramba pelo clube. Depois de uma conquista, a gente sempre vai lembrar do treinador, do jogador, mas esquece essa galera da retaguarda. Pode ter certeza que são super importantes". 

Renovações

"Em relação a jogador, seria vão eu falar agora a respeito de jogador. Acho que tem coisas que vêm na sequência. Primeiramente ter a definição oficial de quem vai ser o presidente. E aquele que for ser o presidente se vai querer contar com o meu serviço. Daí sim, a gente pensar em planejamento". 

"Falo o seguinte: o tempo não para. Salvo engano, a primeira competição que o CRB joga em 2019 é a Copa do Nordeste. Já tem time treinando. O Náutico está treinando, o América-RN já está treinando. Futebol é intenso e dinâmico. Ele não para pra você se organizar. Você é que precisa ter planejamento. Acho que a partir dessa semana o CRB vai começar a ter essas definições. E acho que tem que ser de uma forma hierárquica. Primeiro o presidente, a direção, para chegar em treinador e em elenco". 

"Não adianta eu falar agora que queria fulano e sicrano e beltrano, e amanhã eu estou fora do CRB. Acho que é um assunto interno. Não dá para a gente falar de muito e de pouco. Todos os atletas, para eles terem comprado a nossa ideia, sempre houve uma conversa muito reta, olho no olho. E eles sabem que futebol é meritocracia e desempenho. Eu sempre falo com eles, o resultado isolado pertence à direção, à torcida, à imprensa, mas internamente, a gente trabalha em cima de desempenho". 

"Às vezes você ganha um jogo, mas não desempenhou como deveria. E às vezes você perde um jogo e fez o seu melhor, mas não vai ganhar todos os jogos, se não você vai ser campeão do mundo, vai para Tóquio ou onde for a final. A gente tem esses critérios. Os atletas sabem disso. Essa quantidade de atletas, caso haja um direcionamento da minha permanência, é muito em cima disso aí de desempenho, meritocracia. Acho que também tem alguns jogadores que eles mesmos precisam respirar novos ares".

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