O técnico Roberto Fernandes pediu o mesmo empenho do CRB na vitória sobre o Londrina, no Paraná, para a decisão com o Figueirense no Rei Pelé. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (21), o treinador regatiano alertou que o Galo precisa ter cuidado e atuar da mesma maneira que tem feito nos últimos jogos dentro de casa.
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"Não existe diferença nenhuma para o jogo do Londrina com esse do Figueirense. Precisamos de 100% de atenção. É jogo difícil. É uma equipe que tem jogadores com qualidade, tem um treinador que foi campeão olímpico. E sempre falo, o primeiro passo para você quebrar a cara, é você achar que já terminou uma tarefa antes, de fato, ter terminado ela. Está muito próximo, mas a guerra ainda não acabou. Tem uma batalha, essa batalha se chama Figueirense", afirmou.
O Galo arrancou com vitórias sobre Goias, Boa Esporte, Juventude em casa, o empate com o Criciúma em Santa Catarina e o importante triunfo diante do Londrina no Paraná. A exceção da derrota para o São Bento, foram quatro vitórias e um empate nos últimos seis jogos. O Regatas conquistou 13 pontos de 18 disputados, resultando em 72,2% de aproveitamento.
Segundo o site Infobola, do matemático Tristão Garcia, o risco de queda do Galo é de 3%. O Paysandu tem 63% de risco, enquanto Criciúma tem 18%, Oeste tem 15% e o Figueirense apenas 1%. Já rebaixados, Boa Esporte, Juventude e Sampaio Corrêa cumprem tabela na rodada final.
Como só depende de si para permanecer na Série B, o Regatas precisa de uma vitória simples para alcançar o objetivo sem sem preocupar com os outros resultados. Um empate ou até mesmo uma derrota também garante a permanência do CRB. Isso porque o Paysandu tem 43 pontos e é o primeiro time da zona do rebaixamento, na 17ª colocação. O Papão precisa vencer o Atlético-GO na Curuzu, em Belém, e tem que torcer por tropeço de algum dos adversários que estão acima na tabela.
"Eu acho que nós precisamos ter muito cuidado com esse jogo e com essa semana. Falei para os atletas na reapresentação e falo agora para o torcedor. Falei para os atletas na segunda-feira, na reapresentação, e falo agora para o torcedor. Se você olhar em qualquer site de estatística, qualquer um, quando mostra risco de rebaixamento, quem está 0,0% é a partir do Brasil-RS para cima. Figueirense tem risco de rebaixamento e o CRB tem risco de rebaixamento. E tem um detalhe, eu não vejo nenhuma combinação de resultado absurda não. O Paysandu joga em casa, o Criciúma joga em casa, o Oeste joga fora, mas contra equipe que acaba a competição na lanterna. E nós temos um confronto direto porque sabemos que o Criciúma também não tem 0% de risco, o Criciúma ainda tem chance de rebaixamento".
O Galo enfrenta o Figueirense neste sábado, às 16h (horário de Alagoas), no Trapichão, em Maceió, pela 38ª e última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O Portal TNH1, a TV Pajuçara e a Rádio Pajuçara FM - 103,7 acompanham os detalhes da decisão.
Veja outros trechos da entrevista.
Último jogo da temporada
"O torcedor só vai reencontrar com a equipe daqui a quase dois meses. É o último jogo da temporada. No próximo final de semana não tem jogo, no meio de semana não tem jogo. Só ano que vem. São quase dois meses sem futebol. Se o torcedor gostaria, com toda a razão, de poder nesse sábado estar indo ao Rei Pelé com a possibilidade de acesso, vou dizer para ele que infelizmente esse jogo tem um aspecto de acesso, só que pelo lado contrário. Esse jogo é como se o CRB estivesse na Série C e a vitória nos colocasse na B. Porque se nós perdermos e der combinação de resultados, a gente cai para a C, meu irmão. Esse jogo tem sim todos os aspectos de um jogo de acesso. A diferença é que não é um acesso da B para a A, é um acesso de quem está numa briga de C para Série B".
Mala branca
"Tem, né cara. É uma hipocrisia desgraçada que impera por aí. O tal do politicamente correto arrebentou em vários aspectos com um monte de situações. A gente sabe que tem. E todo mundo sabe que tem. Eu não tenho dúvida que possa ter incentivo para o Figueirense. Mas é o que eu tenho passado para os atletas, mais do que o incentivo para o Figueirense, o Figueirense ainda corre risco. Ele teria que ser goleado aqui, o Paysandu dar uma goleada lá, o Oeste e o Criciúma ganharem também. São combinações difíceis. Mas no futebol, meu irmãozinho, vou parafrasear um executivo de futebol que conquistou dois acessos seguidos pelo Fortaleza, chamado [Sérgio] Papellin. Ele fala "Só não vi jumento voar". Então, velhinho, caldo de galinha e cautela faz bem a todo mundo. E no CRB, a gente tem procurado transmitir para os atletas uma semana de trabalho de extrema seriedade e extrema concentração para que a gente possa no próximo sábado, matematicamente e definitivamente, garantir nossa permanência no Campeonato Brasileiro da Série B".
Vitória sobre o Londrina
"Da parte tática, a versatilidade do Willian foi fantástica, fantástica porque jogou como falso 9 e fez dois gols na partida. O desempenho dele fala por si só. Agora do aspecto emocional, a entrega do grupo foi fantástica. Quando o juiz deu o último assopro, vários jogadores desabaram em campo. Não foi para fazer imagem para vídeo motivacional, não, foi porque os caras estavam exauridos, deram até a última gota de suor e sangue tinham para conquistar aquela vitória fundamental. São dois aspectos, um emocional e outro de jogo. Acho que são duas coisas que não podemos abrir mão para essa última partida".
Numa possível renovação, quem fica do elenco?
"A pergunta tem que ser diferente. Quem tem que dizer "me ajude" sou eu (risos). É diferente. Eu acho que aquela história entre a primeira impressão e a última impressão vai ser muito debatida depois desse jogo. Porque a impressão que o torcedor tinha do grupo no momento em que eu cheguei era uma. Mas acho que a impressão que ele [torcedor] está finalizando a competição é outra. Acho que muitos jogadores cresceram de produção. Muitos jogadores modificaram a sua atitude, o seu comprometimento. Isso é uma reflexão que cabe ser feita com tranquilidade. Mas sobretudo, sem esquecer, futebol é esporte de resultado. Vamos esperar a última rodada, vamos concretizar. Porque se você conquista uma grande vitória, com uma grande atuação, pode ter certeza que jogadores que pdoeriam estar fora dos planos, voltam aos planos até na cabeça do torcedor. A recíproca é verdadeira, o inverso também é verdadeiro.
Esperava chegar no último jogo precisando vencer?
"Vou ser bem verdadeiro, como de costume, mas quero dar ênfase. Eu esperava já ter resolvido. Não tenho a menor preocupação de dizer que não foi por falta de trabalho e nem dedicação dos atletas. Nós tivemos 1 ponto diante do São Bento e 2 pontos diante do Criciúma, que hoje teríamos 48 pontos. Existem os erros de fato e de direito. Direito é uma coisa que você tem direito, o outro é um fato ocorrido. O CRB fez dois gols legais. A bola atravessou a linha, foi gol. E foi anulado de forma absolutamente equivocada. Eu esperava esse jogo ser infinitamente tranquilo, sem menor risco, possibilidade, esperava já ter aí pelo menos 48 pontos. Infelizmente, em dois erros de arbitragem, a nossa luta continua".
Recuperação do grupo
"O trabalho tem que ser paralelo. Futebol hoje, se você quer jogar em alta intensidade, tem que ter uma vida compatível a de quem tem alta performance. É impossível, hoje não cabe mais. Se você pegar há 10 anos a quilometragem de um jogador durante uma partida, há 20 anos, há 30 anos, hoje a gente corre quase que o dobro de 30 anos atrás. Então não posso ter o mesmo comportamento e a mesma preparação de 30 anos atrás. Hoje em dia só tem espaço para quem realmente é um atleta comprometido. E eles entenderam isso. Acho que a grande maioria entendeu. Quem não entendeu, de forma muito natural acabou se excluindo do processo".
Figueirense
"O Figueirense tem um treinador que é inteligente. O Micale sabe trabalhar. E tem valores individuais. Tem Zé Antônio, tem Jorge Henrique, tem o Elton, tem jogadores com capacidade de decidir jogo. O Figueirense tem, se não me engano, a sexta melhor campanha como visitante. É uma equipe que sabe jogar fora de casa. Para o CRB, o resumo da ópera, é o mesmo foco, a mesma preparação, a mesma batida que tivemos nas últimas três vitórias em casa. Não dá para sentar em nenhum momento na acomodação. O foco é único: vitória".
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