Familiares de presos reivindicam direito de visita e fazem denúncia de maus-tratos

Publicado em 23/10/2017, às 15h39

Por Redação


Familiares de reeducandos protestaram no início da tarde desta segunda-feira, 23, em frente ao Palácio República dos Palmares, na Praça dos Martírios, em Maceió. Elas reivindicam o direito de visitar seus maridos e relatam maus-tratos sofridos pelos reeducandos.

"Os nossos maridos estão há 15 dias sem feira e sem visita. Tenho dois filhos chorando para ver o pai e ninguém nos deixa entrar", relatou Mayra de Andrade, de 22 anos, que não vê o marido há dois meses. "Desde que ele foi preso eu ainda não consegui vê-lo", disse ela. Com a greve dos agentes penitenciários, desde o último sábado, 21, as visitas, além de e outras atividades, estão suspensas.

Pâmela Gomes, de 19 anos, diz que tem perdido tempo e dinheiro tentando visitar o marido, que está preso no Presídio do Agreste. "Eu viajo daqui para Arapiraca, e acabo perdendo dinheiro, porque ninguém me deixa entrar", disse ela.

As mulheres iniciaram o dia indo ao  Fórum da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), quando procuraram auxílio do juiz da 16ª Vara Criminal da Capital, José Braga Neto. 

Ainda segundo as esposas dos presos, em reunião entre o governo e as manifestantes, elas receberam um prazo de até quinta-feira, 26, para obterem uma posição. "Eles disseram que até quinta terão uma resposta para nós. Nós já tentamos ser ouvidas de forma pacífica, se não resolver, vamos começar a fechar as ruas", prometeu uma delas.

Abuso de autoridade

Além dos supostos maus-tratos sofridos pelos reeducandos, as mulheres ainda relataram humilhação sofridas por elas mesmas na hora da revista íntima. "Ele [agente penitenciário] disse que eu estava fedendo e me mandou tomar banho, isso é um absurdo, não somos bichos não", disse uma delas que preferiu não se identificar.

Os agentes penitenciários, que são os responsáveis pela revista íntima, negam a prática de abusos durante este processo. "Pelo que conhecemos das agentes femininas ninguém tem esse tipo de posicionamento. Sabemos que preso, é preso, visita, é visita. Entendemos que para elas aquela situação é bastante complicada e que o ideal seria ter um aparelho de body scan, que é um portal que quando a pessoa passa identifica qualquer material diferente ao corpo, como metais e drogas por exemplo, mas acho que essa máquina ainda vai demorar a chegar", explicou Kleyton Anderson, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciàrios (Sindapen).

Entenda o caso

Com paralisação dos agentes penitenciários de Alagoas, as visitas realizadas pelos familiares de presos, será suspensa a partir deste sábado, 21, e não tem data para retorno. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindapen), a paralisação também afetará outros serviços internos. "Visitas, banho de sol e outros serviços não essenciais, serão suspensos", explicou Kleyton Anderson, presidente do Sindapen.

Outro Lado

Por meio de sua assessoria de comunicação, a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), negou todas acusações feitas pelas famílias dos presos, e aconselhou que para qualquer tipo de reclamação as pessoas devem procurar suas ouvidorias.

Estagiário sob supervisão de editoria*

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