Polícia

Família teme por integridade física de cabo da PM em presídio feminino

Redação | 24/08/22 - 16h06

Familiares da policial militar presa sob suspeita de tráfico de drogas, durante a operação "Rastro", coordenada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), na manhã desta quarta-feira, 24, denunciaram que a militar foi transferida da sede da Delegacia de Especial de Investigação e Captura (Deic) para o Presído Feminino Santa Luzia, o que estaria colocando em risco a integridade física da militar.

Segundo familiares, ela deveria ser encaminhada para o Presídio Militar, mas o local não teria estrutura para abrigar a suspeita. "Isso é um absurdo, ela não pode ficar em um presídio comum, minha irmã corre risco de vida se ficar nesse presídio. Ela tem o direito de ir para um presídio militar", disse o irmão da cabo PM, o empresário Henrique Crespo. "Eu não quero que soltem a minha irmã, quero que isso seja feito por meio da Justiça, mas a família precisa garantir a integridade física dela", disse o empresário.

O advogado da policial militar, Napoleão Júnior, tenta reverter a situação e faz questão de ressaltar os direitos e prerrogativas dos policiais militares, em seu artigo 30, que confere o direito a 'prisão especial, em quartel da Corporação, a disposição da autoridade judiciária competente, quando sujeito à prisão antes da condenação irrecorrível'.

"É o caso da minha cliente, ela está presa por uma prisão temporária, é uma prisão que não transitou em julgado. Se não houve trânsito em julgado, é uma prerrogativa dela ficar custodiada em um quartel da Corporação", argumenta o advogado.

TNH1 apurou que a policial presa teria envolvimento com o tráfico de drogas no estado de Alagoas. Ela e um homem, que seria o esposo dela, e que havia trabalhado como prestador de serviço do sistema prisional alagoano, foram detidos sob a suspeita de envolvimento com o crime.

A policial estava em serviço quando foi detida, e o esposo dela foi encontrado em casa. Com ele, a Polícia também localizou uma quantidade de entorpecentes. 

A operação - De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os suspeitos já haviam se preparado para expandir o comércio ilegal de entorpecentes e armas para diversos outros bairros da capital, uma vez que esse mercado ilícito tem crescido consideravelmente. Foram identificadas 19 pessoas, todas envolvidas nos mais variados crimes, contendo inclusive indivíduos de dentro do sistema prisional e reeducandos que já haviam sido postos em liberdade. 

As forças de segurança cumprem 19 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. E todos eles foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. 

O nome de Rastro foi escolhido em decorrência da organização criminosa ser extremamente cuidadosa e deixar apenas pequenos vestígios de informações, sendo necessário para a equipe de investigação seguir e analisar esses fragmentos de dados para chegar aos conjuntos de provas. Participaram da operação policiais militares do Bope e da Rotam. Pela Policia Civil participam policiais do Tigre e da Dnarc.