Moradores da Levada protestam após morte de jovem em troca de tiros com a polícia (Crédito: TNH1 / Deborah Freire)
A família do jovem Tiago da Silva, de 18 anos, morto em uma suposta troca de tiros com a Polícia Militar, no bairro da Levada, em Maceió, na madrugada do sábado (12), confirmou que ele era traficante de drogas. Os parentes negaram, porém, qualquer reação do jovem à abordagem dos militares e não ser correr, momento em que ele teria sido atingido por tiros na cabeça e nas costas.
Segundo Vitor Bezerra, padrasto do jovem, Tiago teria corrido ao ver a polícia chegar no local e recebido os tiros pelas costas. “Não teve condições de reagir. Tomou o tiro correndo”, disse.
Vitor ainda informou que Tiago não possuía arma. “Ele era uma pessoa calma. Não brigava com ninguém. E isso não é querer passar a mão”, completou.
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No registro da ocorrência que resultou na morte do jovem, a PM afirmou que houve troca de tiros. Ao TNH1, o tenente Cardoso, supervisor do 1º Batalhão da PM no dia posterior à suposta troca de tiros, disse ainda que a viatura da polícia havia sido atingida por um tiro.
Nesta segunda, por meio da assessoria de imprensa, a PM informou que a versão oficial, até agora, é a da troca de tiros e que somente a investigação da Polícia Civil pode esclarecer o fato.
Corpo está retido no IML
O padrasto de Tiago informou ainda ao TNH1 que a família está enfrentando problemas para realizar o sepultamento do jovem. Segundo ele, o Instituto Médico Legal (IML) não liberou o corpo pela ausência de documento de identificação com foto. “Ele fez 18 anos recentemente e não se interessou em fazer os documentos”, alegou.
Bezerra foi informado por uma funcionária do IML que, para comprovar o parentesco, a família precisaria fazer um exame de DNA, o qual teria o resultado concluído num período de trinta dias. “Não sabemos mais o que fazer”, disse.
Procurado pela reportagem, o IML informou a liberação do corpo é feita em três passos. Primeiro, através do exame de necropapiloscopia, ou seja, a comparação das digitais com o banco de dados do Instituto de Identificação. Como ele não tinha documentação, o procedimento foi descartado.
O segundo exame é a análise da arcada dentária, mas Tiago também não tinha ficha em um consultório dentista. E a última opção é a identificação por meio de exame de DNA, que depende de uma solicitação por parte do delegado que investigará o caso.
*Estagiário sob supervisão da editoria
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