Imagens de uma câmera de monitoramento mostram o momento em que dois suspeitos de estelionato abordaram uma vítima no bairro de Ponta Verde, em Maceió, nessa quarta-feira (21). A mulher perdeu R$ 112 mil após ser enganada pelo casal que aplicou o golpe do bilhete premiado. Os suspeitos, considerados os "cabeças" do crime, ainda não foram encontrados, porém um homem que participou da abordagem foi capturado no aeroporto de Recife, no mesmo dia.
No vídeo, é possível perceber o momento em que a idosa de 69 anos conversa com um homem e uma mulher em uma calçada. Em seguida, os três atravessam a rua e seguem na direção de um carro. O homem entra pela porta do motorista, e a mulher cede a entrada pela porta do passageiro da frente para a vítima. A suspeita do golpe então entra na parte de trás do automóvel. De lá, eles seguem para o banco. Veja abaixo:
Em contato com o TNH1, o coordenador da Operação Policial Litorânea Integrada (Oplit), Antônio de Pádua, explicou que o casal abordou a vítima com um falso bilhete premiado nas mãos. O homem e a mulher fingiram que eram leigos e que não sabiam sacar o valor da premiação, quase de R$ 4 milhões. Ainda de acordo com Pádua, o homem preso em Recife, que não apareceu nas imagens, chegou em um outro momento e se apresentou para a vítima como a pessoa que poderia ajudar no procedimento, porém queria uma divisão no valor, fazendo com que a idosa também recebesse uma quantia do falso bilhete.
"Esse homem, um gaúcho, que foi preso em Pernambuco, atuava como um olheiro. Ele observava a vítima, esperava a abordagem do casal e depois entrava. Ele, inclusive, movimentava o carro, era o responsável pelo aluguel do veículo, mas os cabeças são o outro homem e a mulher, estes de São Paulo", iniciou Pádua.
"Então ele falava: "Olha, vou ajudar, mas queremos uma parte do valor". Nesse momento, era pedido para a vítima fazer transferências para em troca ela receber um valor maior. Essas transferências seriam para ajudar no trâmite. Inclusive, a vítima de ontem, chegou a fazer um empréstimo no banco, de R$ 80 mil, sendo induzida por eles. Ao todo, ela perdeu R$ 112 mil", continuou o agente da Oplit.
O policial detalhou o modo de operação dos golpistas. Segundo ele, o grupo enviava uma pessoa com o falso bilhete premiado. Enquanto ela enganava a vítima, mais uma pessoa se aproximava e se oferecia para ajudar na questão. E a vítima recebia a proposta de receber uma quantia do valor, porém antes, teria que fazer transferências para uma conta, esta de terceiros.
"Eles usavam laranjas, contas de terceiros, de internet. Aí o dinheiro da vítima vai para essas contas. Agora tudo vai ser encaminhado para a delegacia responsável para investigação, para descobrir a movimentação, a logística do dinheiro", afirmou.
Mais uma vítima idosa
No dia 23 de julho deste ano, uma outra idosa foi vítima dos golpistas. O coordenador da Oplit destacou que ela perdeu R$ 412 mil depois de os criminosos apresentarem o falso bilhete no valor de R$ 12 milhões. A mulher visitava Alagoas e estava hospedada na casa do filho.
"Eles se especializam, fazem cursos, para cometer esse tipo de golpe. A senhora de ontem tem 69 anos, e a outra, no dia 23 de julho, tem 71. Ou seja, eles procuram pessoas que acham que são vulneráveis, que são fáceis, digamos, de enganar", concluiu Pádua.
