Facebook coleta histórico de chamadas e SMS, relatam usuários

Publicado em 26/03/2018, às 20h56

Por Redação


O Facebook está coletando o registro de chamadas e mensagens SMS de usuários há anos. A informação começou a ser relatada por usuários nas redes sociais na semana passada, após a divulgação de que a empresa Cambrige Analytics recebeu dados pessoais de 50 milhões de pessoas.

Um dos relatos é do desenvolvedor de software Dylan McKay, que divulgou no Twitter suas informações armazenadas pelo Facebook desde 2016. Entre os arquivos estão registros de ligações, com detalhes da chamada – se ela foi atendida ou não, nome do contato e a duração da conversa. McKay comenta que a rede social possui um histórico de todos os contatos de seu celular. “Incluindo alguns que eu não tenho mais”.

<twitterwidget id="twitter-widget-0" data-tweet-id="976368845635035138"></twitterwidget>

Ao todo, o Facebook coletou 710 ligações de números distintos e 748 mensagens de SMS destinadas a McKay.

Qualquer usuário pode ter acesso as informações armazenadas pelo Facebook e fazer download delas. É possível solicitar os dados em “Configurações” ao entrar na rede social por um computador. Neste link, o próprio Facebook ensina o passo-a-passo.

A rede social consegue essas informações quando o usuário permite o acesso aos contatos, quando loga no bate-papo do aplicativo Messenger, ou ao baixar o aplicativo da rede social. O programa apresenta condições como “ler seus contatos”, “ler compromissos e informações confidenciais” da Agenda, “ler suas mensagens de texto (SMS ou MMS)” e “ter acesso total à rede”.

Outras pessoas contaram que seus dados pessoais estão sendo armazenados. “O arquivo do Facebook contém informação sobre cada ligação e mensagem de texto que eu fiz durante cerca de um ano”, disse o escritor Mat Johnson em um tuíte.


<twitterwidget class="twitter-tweet twitter-tweet-rendered" id="twitter-widget-1" data-tweet-id="977317787520720896" style="border: 0px; margin-top: 10px; margin-bottom: 10px; padding: 0px; box-sizing: border-box; list-style: none; outline: 0px; max-width: 100%; position: static; visibility: visible; display: block; transform: rotate(0deg); width: 500px; min-width: 220px; margin-right: auto !important; margin-left: auto !important;">

Oh wow my deleted Facebook Zip file contains info on every single phone cellphone call and text I made for about a year- cool totally not creepy.

</twitterwidget>



Johnson afirmou que a maioria dos registros foram realizados em 2017 e que o sistema operacional de seu smartphone é o Android (pertencente ao Google). Segundo o site especializado em tecnologia The Verge, ainda não há relatos de usuários do iOS (sistema operacional da Apple) que tiveram os dados coletados.

Segundo o site Ars Technica, a coleta de dados do Facebook ocorreu durante o período em que o controle sobre as permissões no Android eram menos restritas. Recentemente, o Google mudou esse processo para que fique mais claro aos usuários a quais dados os aplicativos terão acesso, mas os desenvolvedores ainda podem receber registros de ligações e SMS até que a empresa descontinue a antiga tecnologia de interface de programação de aplicativos (API).

O Facebook pronunciou-se neste domingo sobre o caso. De acordo com o site, importar contatos do dispositivo do usuário é bastante comum entre os aplicativos de mídia social e serviços. “É uma maneira de encontrar facilmente as pessoas com quem você quer se conectar”, disse a empresa em comunicado em seu site.

A rede social argumenta que o usuário tem controle total das informações compartilhadas. “Nós nunca venderemos esses dados, e esse recurso não coleta o conteúdo de suas mensagens ou ligações”, diz o texto.

Escândalo 

O Facebook envolveu-se em um escândalo sobre dados de seus usuários na semana passada, após o jornal The New York Times revelar que a Cambridge Analytica, consultoria que participou da campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, obteve dados de 50 milhões de usuários. A consultoria teria usado dados da rede social para ajudar Trump a vencer a eleição em 2016. A companhia afirma não ter feito nada de ilegal.

Dois dias depois, o fundador da rede social, Mark Zuckerberg, admitiu que a rede social errou e se desculpou.

“Temos a responsabilidade de proteger seus dados, se não pudermos, não merecemos servi-los”, escreveu Mark Zuckerberg na primeira reação pública desde que o escândalo veio à tona. 

No último domingo, a rede social publicou anúncios em jornais britânicos e norte-americanos para pedir desculpas aos usuários.

Gostou? Compartilhe