Vinte de maio, dia de expectativa para a publicação de mais um decreto de emergência que, já garantiu o governador Renan Filho (MDB), vai endurecer as regras do isolamento social. As regras mais rígidas são uma tentativa de reduzir a curva de crescimento do novo coronavirus no estado, que chegou a 4.319 casos e 234 óbitos, nessa terça-feira, 19.
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Em entrevistas durante a semana, o governador deixou claro que as medidas previstas são mais duras, não descartou o 'lockdown' - todas as possibilidades estão abertas, alertou - mas enfrenta resistências para o bloqueio total do estado, como fez o vizinho Pernambuco.
Se vai ser um 'lockdown' ou quase isso o goverandor não dá pistas, mas a preocupação é com o descumprimento das regras, o que só acelera a contaminação.
Secretários divergem sobre lockdown, mas apoiam ampliação de isolamento
Em reportagem do TNH1 dessa terça, secretários municipais de saúde do interior apoiam o endurecimento da medida, mas o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems), e secretário de Saúde do município de Jundiá, Rodrigo Buarque, diz que "ainda não é hora para o bloqueio total".
"O isolamento social é necessário. O lockdown preocupa porque é o bloqueio total e afeta outros sistemas, não só saúde. A economia, por exemplo. Acredito que podemos insistir mais alguns dias com essas medidas de isolamento, pois através de declarações de infectologistas, de pesquisadores, e pelo trabalho que estamos desenvolvendo, creio que devemos esperar mais um pouco", disse Rodrigo Buarque.
A secretária de União dos Palmares, cidade que nessa terça enfrentou uma dura operação de fiscalização do Miinistério Público, apoia o lockdown.
“Na minha opinião, o lockdown seria essencial para fazer com que houvesse o achatamento da curva e a diminuição do número de pessoas infectadas. Também para que nossos hospitais pudessem ganhar fôlego, pois o sistema de saúde está quase em colapso.”, alertou.
Operação "Tolerância Zero" do MP fechou o cerco em União/ Foto: Ascom MPE |
Outros pontos de vista
O lockdown, quando até as divisas do estado são bloqueadas, divide opiniões. Entidades como a Sociedade Alagoana de Infectologia sugeriram a adoção da medida, nem que seja para a região metropolitana da capital.
“Concluímos a partir das análises acima descritas, que há um possível benefício da aplicação de lockdow na região Metropolitana de Maceió, que compreende 13 municípios. Mas que este seja aplicado pelo menor tempo possível, e que neste intervalo todas as medidas para ajustes de protocolos e fluxos de assistência sejam adotadas, conforme recomendações anteriores desta sociedade", diz o documento da entidade, divulgado pelo blog do Ricardo Mota. (leia matéria completa).
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL), encaminhou ofício a Renan Filho marcando posição contrária.
No documento, a entidade reforça que vem deliberando e propondo uma série de medidas para contribuir com a política local, nacional e internacional de enfrentamento da crise econômica, sempre na defesa da preservação de vidas. “Nesse sentido, não podemos deixar de nos posicionar acerca da possibilidade de completa paralisação das atividades empresariais, mormente as de comércio e serviços”, diz o documento, assinado pelo presidente, Gilton Lima. (leia matéria completa)
Reabertura do comércio
Apesar do tom de endurecimento das medidas nas entrevistas à imprensa, o governo ainda estuda a possibilidade de reabertura de alguns setores, como aconteceu no último decreto com concessionárias de automóveis e papelarias. Mas nos bastidores diz-se que essa medida não "casa" com o tom de ampliar o isolamento.
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