Exclusivo: mãe fala em estado grave de torcedor do CRB, mas acredita em recuperação

Publicado em 09/08/2023, às 19h05
Reprodução Rede Social
Reprodução Rede Social

Por Theo Chaves e João Victor Souza

"Ainda não sabemos como ele vai acordar, mas só queremos isso neste momento". A declaração é da mãe do torcedor do CRB, Symei Araújo, que conversou com exclusividade com a reportagem do TNH1 nesta quarta-feira, 9, e mostrou estar esperançosa com a recuperação do filho, que ainda está em coma na UTI do Hospital Geral do Estado. Symei foi brutalmente agredido por integrantes de uma torcida organizada do CSA no último dia 2 e, desde então, se encontra em estado grave na unidade de saúde.

A mulher, que preferiu não ter o nome divulgado por temer a violência, informou que sentiu os batimentos cardíacos do filho aumentarem ao se aproximar dele em uma das visitas e acredita que ele reaja nos próximos dias, apesar do quadro grave, segundo ela. O HGE não forneceu boletim médico sobre o paciente desde a internação.

"O Symei recebeu diversas pancadas na cabeça, pancadas com muita força. Está em coma, em estado grave, porém começou a reagir. Durante uma visita que fizemos, ele reagiu. Os batimentos cardíacos dele estava em 90 e, após eu falar com ele, esses batimentos subiram para 120. Os médicos dizem que é grave, mas agora é aguardar ele acordar. Ainda não sabemos como ele vai acordar, mas só queremos isso neste momento", disse a mãe.

Ainda segundo a mulher, o jovem foi espancado próximo da residência onde mora e vestia uma camisa do CRB. "No dia em que o Symei foi agredido, ele estava a duas quadras de casa, conversando com três amigos. Ele estava vestido com uma camisa do CRB. Symei não frequentava estádios, não era de torcida organizada".

"Aconteceu um dia após ele começar um novo trabalho", diz mãe - Ainda em entrevista exclusiva ao TNH1, a mulher informou que o rapaz tinha acabado de conseguir um emprego e estava empolgado, pensando no futuro. "Isso tudo aconteceu um dia após ele começar um novo trabalho como auxiliar de limpeza. Meu filho é um menino de bem, que pensa no futuro. Eu, como mãe, não sei o que dizer sobre isso que aconteceu com ele e jamais poderia imaginar que isso aconteceria com ele".

A mãe também disse que não está acompanhando as investigações da polícia, nem as imagens antes divulgadas sobre os possíveis suspeitos. "Diante disso tudo, a única coisa que queremos, neste momento, é que ele acorde e que fique bem. Eu só quero que meu filho acorde neste momento", finalizou.

O espancamento e o começo da investigação - Simey Araújo foi atacado por um grupo de pessoas que seriam ligadas uma organizada do CSA e atingido por porretes de madeira com pregos fixados, na noite do dia 2 de agosto deste ano. Na manhã seguinte, a Polícia Civil de Alagoas iniciou as investigações sobre o espancamento do jovem, ocorrido no bairro Ponta da Terra, em Maceió.

Segundo o delegado Lucimério Campos, os primeiros levantamentos já indicavam que se tratava de mais um caso de violência entre torcidas organizadas em Maceió. Ao menos 10 pessoas estão sendo procuradas pela polícia suspeitas de participarem da tentativa de homicídio contra o torcedor, que perdeu massa encefálica e segue com o quadro de saúde considerado grave. 

Dois suspeitos já estão presos pelas agressões, sendo um deles o presidente da torcida Mancha Azul, Douglas César da Silva Santos, conhecido como “Bebezão", e o outro sendo um diretor, Thiago Lyra Alves dos Santos, o “Bocão”. A torcida organizada, inclusive, foi banida dos estádios no país por seis meses após pedido do Ministério Público do Estado de Alagoas.

Gostou? Compartilhe