Apesar de ter uma ordem de prisão por não pagamento de pensão alimentícia, o volante Willians não pode ser preso. Campeão brasileiro pelo Flamengo, em 2009, ele se encontra fora do país, e o mandado não tem validade em outro território neste momento.
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Segundo fontes ouvidas pelo Extra, Willians mora atualmente em Orlando, nos Estados Unidos. Com isso, seria necessário enviar uma carta rogatória da Justiça brasileira para a americana solicitando que o mandado seja cumprido no outro país. Só que isso não é rápido. O trâmite pode levar até dois anos. A esperança do entorno jurídico que defende a mãe da filha de Willians é que o atleta pague voluntariamente.
A dívida de Willians já supera os R$ 700 mil. A reportagem do Extra entrou em contato com a defesa do jogador, que não retornou. Se houver resposta, esta matéria será atualizada. No início da semana, à TV Record, a defesa do ex-volante reconheceu a dívida, contestou os valores pedidos e alegou que ele teria salários atrasados a receber de um clube, dinheiro com o qual pagaria essa dívida.
— Nestes casos, existem convenções como a Convenção de Haia, ratificada pelo Brasil em 2016, que facilita essa cobrança, esse procedimento relacionado a prisão alimentícia quando o pai está no exterior. Essa convenção faz com que os países signatários facilitem a execução pelo bem maior que está sendo tutelado. Em relação à prisão, que é especial, uma prisão civil com tempo determinado, depende se no país em que a pessoa estiver residindo também for possível a prisão por inadimplência de pensão — explica o advogado penal Octavio Rolim.
Processo por abandono afetivo
Willians responde por dois processos: o de não pagamento de pensão alimentícia e o por abandono afetivo. Neste último, o juiz já decretou a revelia, já que o atleta não compareceu para se defender. Mas a sentença ainda não foi dada. De acordo com a advogada Danielle Maciel, que representa a mãe da filha do atleta no processo de abandono, esta situação deixa sua cliente desesperada.
O ex-Flamengo, Internacional e Cruzeiro é cobrado por danos morais pela ausência desde que a menina nasceu. Hoje, ela tem 11 anos. A garota é filha de um relacionamento que ele teve fora do casamento.
- O abandono afetivo é uma coisa que precisa ser tratada com muita seriedade. Essa criança não pode ser penalizada por erros dos pais. Lá na frente, a gente pode ter uma adolescente problemática, uma pessoa com dificuldade de relacionamento, com dificuldade de confiar em outras pessoas... - explica a advogada, acrescentando que a menina nunca teve contato com o pai:
- Ela questiona essa falta de carinho, de amor, de afeto. Questiona principalmente o fato de uma irmã, que tem a mesma idade, ter de tudo do pai e ela não ter nada.
Danielle Maciel se refere a outra filha de Willians, um ano mais velha. Segundo a advogada, a menina a acompanha pelas redes sociais, o que só aumenta a sensação de abandono.- Essas duas meninas tiveram contato uma com a outra pelo Instagram, porque hoje as crianças acessam as redes sociais, né? Então ela vê que, enquanto a irmã tem uma vida de princesa, ela não tem nem plano de saúde.
Nas redes sociais do jogador, há várias fotos ao lado da filha mais velha. Desde que a notícia do não pagamento da pensão veio a público, suas postagens foram invadidas por cobranças do público em geral com mensagens como "Pague o que deve", "Vergonha de um dia ter te chamado de ídolo" e "Vai pagar quando a pensão?".
A filha mais velha também tinha uma conta no Instagram. Mas seu perfil foi desativado após a divulgação da notícia do não pagamento de pensão para a irmã.
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