Para quem achou que o novo decreto editado pelo governador Renan Filho (MDB) fechou o cerco, um novo relatório, de 25 páginas publicado pelo Imperial College de Londres, com foco específico no Brasil, recomenda ações ainda mais duras para conter a expansão do novo coronavírus.
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No estudo, divulgado com exclusividade pelo portal G1, Alagoas aparece com a chamada "taxa de reprodução (R)" do vírus, ou seja, a velocidade de contágio, em 1,27. Segundo os estudiosos, para manter a epidemia sob controle, é necessário reduzir o R abaixo de 1, o que não acontece em nenhum estado brasileiro (confira quadro abaixo). O número de reproduçaõ (R) corresponde aproximadamente à media de pessoas a quem cada infectado pela doença transmite o vírus. “Um número de reprodução acima de 1 significa que a epidemia não está ainda controlada e continuará a crescer”, afirmam os pesquisadores.
Estimativas para pandemia no Brasil
Estado | Proporção de infectados (taxa de ataque, em %) | Número de reprodução (R) |
SP | 3,3 | 1,47 |
RJ | 3,35 | 1,44 |
CE | 4,46 | 1,61 |
PE | 3 | 1,32 |
AM | 10,6 | 1,58 |
PA | 5,05 | 1,9 |
MA | 2,07 | 1,55 |
BA | 0,4 | 1,37 |
ES | 2,24 | 1,57 |
PR | 0,25 | 1,16 |
MG | 0,13 | 1,3 |
PB | 0,64 | 1,23 |
AL | 1,2 | 1,27 |
RS | 0,42 | 1,44 |
RN | 0,56 | 1,18 |
SC | 0,23 | 1,14 |
No caso brasileiro, eles avaliam que o R caiu 54% do patamar inicial, estimado em torno de 3 e 4. "Reduções substanciais no número de reprodução médio já foram alcançadas por meio das intervenções", alertam os pesquisadores.
“Mesmo que a epidemia brasileira ainda seja relativamente nascente em escala nacional, nossos resultados sugerem que mais ação será necessária para limitar sua expansão e evitar a sobrecarga do sistema de saúde”, afirmam os pesquisadores no documento.
Infectados
Quanto à taxa de infectados, Alagoas, com 1,2% da população, não está entre os maiores índices, mas supera 7 estados, como Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba. O estado do Amazonas lidera com 10,6%.
"Os resultados mostram que até agora as reduções na mobilidade não foram rigorosas o bastante para reduzir o número de reprodução abaixo de 1", afirmam. “Essa tendência está em franco contraste com outras epidemias de Covid-19 na Europa e na Ásia, onde quarentenas forçadas reduziram com sucesso o número de reprodução.”
“De modo mais amplo”, concluem os cientistas, “nossos resultados sugerem que, na ausência de novas medidas de controle que reduzam a transmissão, o Brasil encara a perspectiva de uma epidemia que continuará a crescer exponencialmente.”
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