Diferentemente da crença popular, um estudo recente descobriu que pessoas sem pelos faciais têm uma probabilidade maior de abrigar bactérias perigosas do que seus colegas mais peludos. Pesquisas posteriores descobriram que as barbas podem ter propriedades antibacterianas.
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As barbas, na maior parte do tempo, transmitem uma ideia de masculinidade. Elas são a forma mais fácil de parecer mais durão, mas não costumam ser associadas a uma higiene excepcional. Na verdade, um estudo recente descobriu que algumas barbas contêm as mesmas bactérias encontradas nas fezes, embora se tratasse de um experimento com pouquíssimo embasamento científico. Será que uma pesquisa mais dirigida poderia produzir resultados diferentes? De acordo com os pesquisadores do Boston’s Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, a resposta é sim. Sua pesquisa a respeito do tema concluiu que os homens que usam barba carregam menos bactérias do que aqueles com o rosto liso.
O estudo foi realizado em um hospital, onde foram recolhidas amostras de saliva de mais de 400 funcionários, com ou sem barba. Surpreendentemente, os participantes que usavam barba tinham uma chance menor de carregar o staphylococcus aureus resistente à meticilina, mais conhecido como o super-resistente MRSA. Os pesquisadores supõem que o ato de passar a lâmina na pele para fazer a barba cria abrasões microscópicas no rosto que servem como locais perfeitos para o crescimento desta bactéria perigosa.
Isso certamente pode ser verdade, e Michael Mosley, apresentador do programa do canal BBC chamado ‘Trust Me I’m a Doctor’, acredita que outros fatores podem ter influenciado este resultado. Ele enviou amostras de mais de 100 homens que usavam barba para um microbiólogo com a intenção de analisar se as bactérias podiam crescer em placas de petri. A resposta? Sim, e muito. Embora tenha sido encontrada uma infinidade de bactérias inofensivas, ele também fez uma descoberta curiosa — em algumas amostras, algo parecia estar matando ativamente as bactérias. As bactérias são mais do que pragas onipresentes; elas são micro-organismos extremamente sofisticados que competem uns com os outros por recursos, assim como os animais. De acordo com o biólogo, é totalmente possível que algumas das bactérias presentes nas barbas tenham evoluído de forma a liberar toxinas antibióticas poderosas que afastam as bactérias prejudiciais.
Esta hipótese não é surpreendente quando analisada de um ponto de vista histórico. Embora o hábito de fazer a barba tenha raízes incrivelmente profundas, houve uma época em que os humanos (ou pelo menos os nossos antepassados) eram incapazes de se livrar dos pelos corporais. Não faria sentido que estes genes sobrevivessem se possuir uma barba fosse algo prejudicial à nossa saúde.
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