Polícia

Estudantes denunciam que foram proibidos de fazer protesto contra assédio à aluna no Cepa

TNH1 com TV Pajuçara | 12/08/24 - 13h59
Polícia Militar foi acionada para unidade escolar nesta segunda-feira | Reprodução / TV Pajuçara

Uma denúncia de assédio que teria sido cometido por um professor contra uma aluna da rede pública estadual, em Maceió, gerou mobilização por parte de estudantes, na manhã desta segunda-feira, 12, e exigiu a presença da Polícia Militar para acalmar os ânimos. O caso aconteceu na Escola Estadual Moreira e Silva, unidade do Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), no Farol. 

A reportagem da TV Pajuçara exibiu no Fique Alerta o áudio de uma estudante que explica como supostamente a situação começou. (Ouça no final desta matéria)

"O professor tentou beijar a menina sexta-feira, né? Aí hoje, falaram que iam fazer protesto... Aí a diretora não quer deixar ninguém sair para o pátio, estão dando 10 minutos para a gente comer", disse uma adolescente que não foi identificada. 

A mãe da estudante conversou com a reportagem e detalhou como soube do caso. 

"Aconteceu que ela sofreu assédio do professor. Ela ligou para mim desesperada para eu comparecer na escola, porque até então a direção não tinha ligado em momento algum informando que era para eu comparecer, eu já soube da parte dela. Coagiu ela numa sala,  falou entre a professora, diretora, se não me engano, e o professor. E em questão de pedido de desculpas, que ele não agiu de má fé, aquela coisa toda, mas ela, como adolescente, se sentiu sim assediada pelo professor. Tive que vir aqui, falei com a direção, mas foi só questão de desculpas, não teve mais nada do que isso. Depois do alvoroço que teve na internet, que elas vieram fazer uma reunião, que será feita hoje, para ver o que será feito com o professor. Senti na direção que não teve acolhimento e também não acreditaram nela. Disseram que era a primeira vez, que nunca tinha acontecido isso, que ele tinha anos na escola, mas isso não quer dizer nada. Então, me senti bem coagida mesmo". 

Ela respondeu também se já teria escutado relato de outros pais sobre casos parecidos. 

"Sim, em grupos de rede social. Pessoalmente, não, mas cheguei (a ouvir relatos), de adolescentes que já passaram pela mesma situação. Muita gente diz: faz o B.O. que assédio é crime. Vim participar da reunião e ver o que vai dar". 

Em nota, a Seduc informou que instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a suposta conduta de assédio por parte de um profissional da Escola Estadual Moreira e Silva. A gestão da unidade acionou o Conselho Escolar, que reúne servidores, pais de alunos e instituições, como o Conselho Tutelar, para discutir o fato. A Seduc reafirmou o compromisso com o bem estar da comunidade escolar, promovendo ações com o sentido de combater efetivamente toda e qualquer forma de assédio dentro e fora da sala de aula. 


Foto: Seduc