Um estudante de medicina de 22 anos está foragido depois de um mandado de prisão ter sido expedido contra ele pela Polícia Civil do Piauí. Ele é suspeito de estuprar quatro menores de idade em Teresina. A Polícia Federal ajuda no caso.
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De acordo com pessoas próximas ao caso, as vítimas são duas irmãs do estudante (ambas com menos de dez anos de idade), a sobrinha da madrasta e outra garota ligada à família. A polícia não confirma as informações, porque a investigação está sob sigilo. As vítimas prestaram depoimento na DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), na capital do Piauí, de acordo com familiares ouvidos pela reportagem.
Segundo Rodrigo Araújo, advogado que defende a família, as crianças relataram abusos frequentes dentro de casa e em viagens de família. Disse ainda que elas contaram ser abusadas pelo estudante durante brincadeiras, tomando banho com ele, trancadas em quarto e jogando videogame.
A mãe de um das garotas disse que, segundo a filha lhe contou em julho, o primeiro abuso ocorreu quando ela tinha cinco anos, durante uma viagem da família. A Folha não identifica seus nomes para preservar as vítimas. A denúncia foi feita à polícia em agosto desde ano. As violências sexuais ocorriam, diz a mãe, quando o suspeito tinha oportunidade de ficar sozinho com as meninas.
Ela diz que, por causa dos abusos, sua filha teve depressão, se automutilou e tentou suicídio. Para ela, o estudante de medicina agora foragido é um psicopata. Ela diz ter apresentado à polícia cópias de mensagens de WhatsApp, de uma conversa que teria ocorrido entre o suspeito e a madrasta dele (a mãe da adolescente é irmã da madrasta do estudante).
Nessas mensagens, segundo a autora da denúncia, o estudante confessa os abusos e pede perdão à madrastra. Uma das mensagens seria: "Essa foi uma parte escura da minha vida que me envergonho muito e que eu nunca queria voltar...Eu faço o que for preciso para tentar reverter todo impacto negativo que eu causei...".
Uma das irmãs do estudante, ainda segundo a mãe da adolescente, está com lesão genital e fará exames para saber se tem alguma doença sexualmente transmissível. O advogado do estudante, Eduardo Faustino, afirmou que a apresentação do cliente à polícia só deve acontecer após a defesa ter acesso ao mandado. "Eu não fui informado da decisão de prisão. Não tenho como apresentar alguém sem que haja certeza sobre isso".
Faustino nega que o estudante esteja foragido e diz que se encontra em Teresina. "É uma deliberação da defesa, optar por aguardar a produção de provas, para falar depois. Ele está habilitado nos autos do inquérito e é representado por mim. Foragido é aquele que é indiferente às investigações. Estamos acompanhando as investigações."
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Lucy Keiko Leal, a Justiça do estado decretou a prisão preventiva do estudante no dia 7 deste mês. A Polícia Civil disponibilizou o telefone (86) 3216-5225, 181 e o site www.pc.pi.gov.br para denúncias.
"Não sabemos o paradeiro do estudante. É um caso grave em que a Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário entenderam ser necessário a prisão e assim foi feito. Desta forma, estamos agora em diligência para prendê-lo", disse Keiko. Em nota, a PF disse ter sido acionada "em virtude da possibilidade de tentativa de fuga do suspeito para o exterior".
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