Estrela duas vezes maior que o Sol é a 1ª registrada fora da Via Láctea

Publicado em 22/11/2024, às 13h50
Cientistas ficaram surpresos com o formato oval do casulo de poeira ao redor da estrela, sendo diferente de observações anteriores e modelos de computador - Foto: Reprodução/ ESO/K. Ohnaka et al
Cientistas ficaram surpresos com o formato oval do casulo de poeira ao redor da estrela, sendo diferente de observações anteriores e modelos de computador - Foto: Reprodução/ ESO/K. Ohnaka et al

Por Correio Braziliense

Astrônomos conseguiram realizar o primeiro registro em close de uma estrela fora da Via Láctea. Nomeada de WOH G64, o astro está localizado a 160 mil anos-luz da Terra. Na foto, a estrela é cercada por gás e poeira — expelidas por ela — nos momentos que antecedem a explosão para uma supernova — o que pode durar milhares de anos.

"Descobrimos um casulo em forma de ovo cercando de perto a estrela", informou Keiichi Ohnaka, astrofísico da Universidade Andés Bello, no Chilhe, e autor do estudo que relata as observações. "Estamos animados porque isso pode estar relacionado à ejeção drástica de material da estrela moribunda antes de uma explosão de supernova."

Astrônomos já realizaram registros de diversas estrelas presentes na Via Láctea em detalhes, mas realizar a fotografia de uma das inúmeras estrelas de outras galáxias é desafiador, por conta da distância. O feito só foi possível com a nitidez do Interferômetro do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (VLTI do ESO).

A considerada "estrela gigante" é aproximadamente duas mil vezes maior que o Sol, fazendo com que seja classificada como uma supergigante vermelha. Os cientistas ficaram surpresos com o formato oval do casulo de poeira ao redor da estrela, sendo diferente de observações anteriores e modelos de computador. A explicação pode ser o desprendimento da estrela ou pela influência de uma estrela companheira que ainda não foi descoberta.

"Descobrimos que a estrela vem passando por uma mudança significativa nos últimos 10 anos, nos dando uma rara oportunidade de testemunhar a vida de uma estrela em tempo real", disse Gerd Weigelt, professor de astronomia no Instituto Max Planck de Radioastronomia em Bonn, na Alemanha, e coautor do estudo.

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